Sob as luzes da cidade : efeito da iluminação artificial na polinização por morcegos em Crateva Tapia L. (Capparaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: CARNEIRO, Josefa Rodrigues
Orientador(a): MACHADO, Isabel Cristina Sobreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52519
Resumo: Compreender a biologia reprodutiva das angiospermas é determinante para garantir sua conservação, inclusive em áreas urbanas que proporcionam condições favoráveis para ocorrência de interações planta-animal. O aumento da iluminação artificial nos centros urbanos pode afetar os polinizadores noturnos, mas desconhece-se como esse efeito incide sobre morcegos polinizadores. Aqui investigamos o sistema de polinização de Crateva tapia (Capparaceae) em área urbana e testamos como a luz artificial e a área da copa das árvores afetam a frequência dos visitantes florais. No primeiro capítulo, descrevemos a biologia floral de C. tapia e sua polinização por morcegos, investigando aspectos da fenologia, sequência de antese, morfologia, sistema sexual, sistema reprodutivo, sinalização (voláteis e refletância espectral das estruturas florais), frequência e comportamento de visitantes. No segundo capítulo, testamos o efeito da iluminação artificial e área da copa das árvores nessa interação, através do monitoramento da frequência de visitas em indivíduos sob diferentes condições de iluminação. Crateva tapia apresenta um único ciclo reprodutivo anual. Suas flores são poligomonóicas, emitem majoritariamente (E)- -Ocimene e Álcool benzílico como compostos voláteis e apresentam pico de reflectância na faixa do verde-amarelo. Registramos polinização por duas espécies de morcegos, Glossophaga soricina e Phyllostomus discolor. Os valores da quantidade de iluminação variaram mais dentro de um mesmo indivíduo do que entre a população. A visitação por morcegos em C. tapia não foi afetada pela iluminação, mas a área da copa aumenta positivamente sua frequência. Nossos resultados reforçam a importância de preservar grandes árvores nas cidades como fontes de alimento para morcegos nectarívoros, mesmo em ambientes com bastante luz.