Contribuições do uso da comunicação alternativa para crianças com deficiência intelectual na educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: AQUINO, Adelyn Barbosa de
Orientador(a): CAVALCANTE, Tícia Cassiany Ferro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32353
Resumo: Esta investigação está inserida no campo das discussões sobre a inclusão de crianças com deficiência no âmbito escolar, o que envolve práticas pedagógicas que permitam o desenvolvimento integral de todas as crianças, com deficiência ou não. Para a teoria histórico-cultural, a deficiência não está na pessoa, mas na sociedade, pois essa não está organizada de forma a acolher a todos. Nesse sentido, as tecnologias assistivas se apresentam como um importante meio de potencializar o desenvolvimento da pessoa com deficiência, fortalecendo a autonomia e autoestima, o que retira o foco da deficiência da pessoa e valoriza suas habilidades e potencialidades. No caso das crianças com deficiência intelectual, que por muito tempo foram estigmatizadas em relação à aprendizagem, apresentam prejuízo no desenvolvimento da capacidade expressiva, principalmente na expressão oral. Por isso, fazem uso por mais tempo da linguagem gestual. Nesse caso, a Comunicação Alternativa se mostra como um importante recurso para a acessibilidade, já que permite que o usuário consiga se expressar a partir de gestos simples como apontar. Esta pesquisa buscou analisar como o uso da Comunicação Alternativa em sessões de intervenção pode contribuir para a linguagem-comunicação de crianças com deficiência intelectual na etapa da Educação Infantil. Para tanto, tomou-se como base teórica o sociointeracionismo, concebendo a linguagem como um construto social resultado de trocas interativas. O presente estudo engloba as discussões de: Vigotski, sobre pensamento e linguagem; Luria, sobre a linguagem como signo que modifica as funções psicológicas superiores, tendo ela função de mediadora e reguladora do contato do sujeito com o mundo; e Tomasello, sobre as cenas de atenção conjunta. Os citados autores congregam da ideia de que a linguagem é um elemento cultural desenvolvida historicamente a partir de relações e atividades sociocomunicativas. Optou-se por uma abordagem metodológica quanti-qualitativa, a fim de compreender de forma ampla os fenômenos ocorridos. Como sujeitos, a pesquisa contou com a participação de duas crianças com deficiência intelectual com impedimentos comunicativos, estudantes de escolas públicas da cidade de Igarassu-PE. Como instrumentos de coleta de dados realizou-se entrevistas com profissionais da escola e pais; também observações da sala de aula; e sessões de intervenção com o uso de recursos de CAA. O estudo demonstrou que o uso dos recursos de comunicação alternativa contribuiu significativamente para a comunicação das crianças. Permitiu que criança e pesquisadora compartilhassem atenção nas atividades desenvolvidas; auxiliou a compreensão, estimulando as crianças a participarem ativamente das interações; e também possibilitou as crianças planejar e produzir linguagem mais significativa e funcional. Assim também, a mediação dos recursos ajudou as crianças a progredirem no desenvolvimento da linguagem, diminuindo o uso dos gestos e ampliando a fala. Em suma, constatou-se que o uso de comunicação alternativa unida a atividades pedagógicas de estímulo à linguagem oral ainda na Educação Infantil podem potencializar a aquisição e desenvolvimento da linguagem das crianças com deficiência intelectual, o que, em sala de aula, pode permitir que as crianças com DI tenham tantas oportunidades de desenvolvimento quanto as demais crianças sem deficiência.