A Casa de Banhos dos Arrecifes : sociabilidades e difusão do higienismo em Recife (1880-1924)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: ANJOS, Bianca Cruz dos
Orientador(a): MIRANDA, Carlos Alberto Cunha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34415
Resumo: A articulação entre médicos e Estado, vigente no século XIX, propiciou os cuidados com a saúde e higiene pública, bem como a preocupação de “embelezar” e “civilizar” as cidades. Alinhados a esse quadro social, os avanços da medicina permitiram a descoberta sobre o uso dos banhos de mar no combate a diversos males. Esse recurso terapêutico é amplamente difundido na Europa, chegando até o Brasil e as principais metrópoles do país, como Recife. Assim, pela iniciativa da Secretária da Presidência, a mando do vice-presidente da Província do Recife, em 1879, segundo a lei de n. 880, Carlos José de Medeiros aceita a concessão e, em 1880, funda a Casa de Banhos dos Arrecifes. Seguindo as prescrições médicas, a empresa passa a oferecer os serviços terapêuticos de banhos de mar, as suas acomodações higiênicas e sua estrutura sob os arrecifes, com vista para o mar, também proporcionava a sensação de bem-estar aos seus clientes. No início do século XX, o Recife passou por profundas transformações na sua infraestrutura, mas o processo de modernização não atingiu apenas a aparência física da cidade, novas formas lazer e convivência construíram o estilo de vida moderno. Imersa nesse contexto social, a Casa de Banhos assumiu uma nova roupagem e passou a ser vista como um notável espaço de sociabilidade, a sua ornamentalidade, cardápio refinado e eventos solenes atendiam aos anseios de uma classe dominante que buscava fomentar os ideais e os símbolos da modernidade no Recife. O estabelecimento balneário é lembrada pelo seu esplendor, mas sua história também carrega a tragédia de um incêndio, ocorrido em 1924, tornando-se o principal fator de sua decadência, mas o seu legado é capaz de evocar a curiosidade e saudosismo de um Recife que ainda precisa ser descoberto. A dissertação pretende perscrutar o papel da Casa de Banhos dos Arrecifes na construção de um Recife moderno, apoiada no estudo comparativo dos discursos emitidos pelos jornais, revistas da cidade e documentos oficiais, também não relegamos as relações de poder entre as classes sociais e os relatos dos trabalhadores populares, além disso, utilizamos fotografias e cartões postais como recursos visuais importantes para entender as alterações físicas da cidade e do balneário.