Nano-híbrido de carbono aplicado em imunossensor para detecção da proteína ns1 do vírus da dengue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: MENDONÇA, Priscila Dias
Orientador(a): DUTRA, Rosa Amalia Fireman
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Biomedica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
NS1
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18452
Resumo: A dengue é uma doença viral considerada um dos maiores problemas de saúde pública nas regiões tropicais e sub-tropicais do mundo, sendo endemicamente prevalente em cerca de 112 países. Anualmente, afeta cerca de 50 a 100 milhões de pessoas, resultando em taxas de mortalidade entre 0,03% a 1,4%. É uma doença auto-limitante, caracterizada por febre, dor de cabeça, mialgia, entre outros sintomas. Na sua forma severa (síndrome do choque por dengue e febre hemorrágica), a doença pode levar ao óbito, principalmente em crianças. A proteína não estrutural 1 (NS1) do vírus dengue circula abundantemente no sangue durante toda a viremia, estando em níveis maiores na fase aguda; assim esta pode ser utilizada como marcador do estado agudo. Para o controle da infecção estão disponíveis testes diagnósticos baseados em ensaios sorológicos, testes imunocromatográficos e moleculares, entretanto estes apresentam limitações. O desenvolvimento de alternativas mais práticas, quantitativas e econômicas tem resultado na crescente busca por testes baseados em biossensores. Neste trabalho foi desenvolvido um imunossensor para detecção de NS1 baseado em uma plataforma nanoestruturada, constituída de nano-híbrido formado por nanotubos de carbono e filme polimérico de polietilenoimina montado sobre sistema eletroquímico constituído por microeletrodo de ouro. Os anticorpos monoclonais anti-NS1 foram imobilizados sobre a superfície eletródica por ligações covalentes com os nanotubos de carbono, permitindo um alta estabilidade durante as medidas. Todas as etapas de modificações da superfície eletródica foram caracterizadas eletroquimicamente, estrutural e morfologicamente através das técnicas de voltametria cíclica, espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FT-IR) e microscopia eletrônica de varredura, respectivamente. A espessura do filme nanoestruturado foi determinada por medidas piezoelétricas, em um sistema de microbalança de cristal de quartzo de acordo com a equação de Sauerbrey. A resposta analítica do imunossensor frente a proteína NS1 foi obtida por amperometria aplicando-se a técnica de voltametria de onda quadrada (VOC). O imunossensor apresentou resposta linear entre 0,1 a 0,6 µg.mL-1 de NS1. Os dados ajustados para a equação de regressão linear exibiu coeficiente de correlação de 0,996 (p << 0,01, n = 7) e um baixo erro relativo (aproximadamente 1%). O imunossensor apresentou limite de detecção de 0,038 µg.mL-1 e limite de quantificação de 0,1 µg.mL-1 de NS1, sendo similar aos obtidos na literatura, porém com a vantagem de não requerer antígenos ou anticorpos marcados (label-free) e utilizar técnica analítica mais simples (VOC). Os resultados indicam que o imunossensor apresenta sensibilidade compatível para detecção de NS1 em níveis sorológicos, permitindo ser uma ferramenta prática, rápida e econômica para o diagnóstico da dengue, sobretudo para detecção precoce da fase aguda.