Manobra de ventilação percussiva intrapulmonar em cães submetidos à injúria pulmonar aguda por ácido oléico: repercussões cardiorrespiratórias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: ANDRADE, Lívia Barboza de
Orientador(a): COSTA, Carlos José Eduardo das Dores Peres da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1944
Resumo: Este trabalho teve por objetivo avaliar as repercussões da manobra de Ventilação Percussiva Intrapulmonar (IPV) em cães submetidos à Lesão Pulmonar Aguda (LPA) induzida através da infusão IV de ácido oléico (0,10ml/Kg). Foram avaliados os seguintes parâmetros cardiorrespiratórios: 1- mecânica respiratória: Complacência estática (CEST) e Resistência do Sistema Respiratório (RSR); 2- trocas gasosas: relação PaO2/FiO2, Diferença alvéolo arterial de oxigênio [D(A-a)O2] e pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2); 3- hemodinâmica: Pressão Arterial Média (PAM) e Freqüência Cardíaca (FC); e 4- Teleradiografia do tórax. Após indução da LPA, os animais foram divididos em dois grupos experimentais: manobra de recrutamento alveolar (MRA) (n=5) e manobra de ventilação percussiva intrapulmonar (IPV) (n=6). No grupo MRA, os animais foram submetidos à manobra de MRA que consistiu na aplicação de uma pressão inspiratória de 10 cmH2O e uma Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) de 30 cmH2O, durante 2 minutos, no modo de ventilação pressão controlada, com Freqüência Respiratória (FR) de 10 irpm. No grupo IPV, foi aplicada uma pressão inspiratória de 10 cmH2O e uma PEEP de 30 cmH2O, durante 2 minutos, no modo pressão controlada com uma freqüência respiratória de 150 irpm, o que correspondia a uma frequência de 2,5 Hz. Os parâmetros da mecânica respiratória e das trocas gasosas foram avaliados antes, imediatamente, aos 5 e 15 minutos após cada manobra e os parâmetros hemodinâmicos foram avaliados nesses momentos e, durante as manobras. Na análise estatística utilizamos o teste não-paramétrico de Wilcoxon para análise intragrupos e Mann-Whitney para análise entre os grupos, sendo considerado nível de significância de 5 %. Os resultados mostraram melhora da mecânica respiratória através do aumento da CEST (p<0,05) em ambos os grupos, porém, este parâmetro se mostrou mais elevado no grupo IPV aos 15 minutos após a manobra. Também foi observada melhora nas trocas gasosas para ambos os grupos, através do aumento significativo da relação PaO2/FiO2 (p<0,05) e diminuição da [D(A-a)O2] (p<0,05). A ventilação alveolar no grupo IPV foi maior mantendo-se níveis adequados de PaCO2 após a manobra. Foi observada redução significativa na PAM (p<0,05)durante a realização das manobras em ambos os grupos, sendo estes valores restabelecidos imediatamente após a realização das mesmas. No entanto, foi observada uma queda menos significativa da PAM no grupo IPV (p<0,05) durante a realização da manobra. Este estudo vem demonstrar que, a utilização da manobra de IPV nesse modelo de LPA, foi capaz de melhorar os parâmetros da mecânica respiratória e das trocas gasosas de forma bastante similar a MRA, tradicionalmente utilizada e relatada na literatura. Além disso, observou-se menor alteração na hemodinâmica durante a realização da manobra em relação à MRA. Em conclusão, a IPV constitui-se como mais um recurso eficiente na reexpansão de áreas pulmonares colapsadas, sendo, portanto, uma alternativa terapêutica capaz de melhorar a mecânica respiratória e as trocas gasosas, sem grandes prejuízos hemodinâmicos