Ensino e aprendizagem de amostragem nos anos finais do Ensino Fundamental
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao Matematica e Tecnologica |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54797 |
Resumo: | Em uma sociedade que circula diariamente grande quantidade de informações, se faz necessário que os estudantes desenvolvam habilidades concernentes à pesquisa, como a definição da população a ser investigada (censo ou amostra), de maneira a fazer julgamentos bem fundamentados e tomar decisões apropriadas. Nesse contexto, no Ensino Fundamental, a BNCC apresenta habilidades explícitas de conceitos relacionados à amostragem do 7o ao 9o ano. Porém, não há uma efetiva gradação entre elas. Assim, essa pesquisa teve como objetivo propor uma gradação da aprendizagem de conceitos relacionados à amostragem nos anos finais do Ensino Fundamental (6o ao 9o ano). Para tanto, foram desenvolvidos três estudos interrelacionados. O primeiro analisou todos os 88 livros didáticos aprovados nas edições de 2017 e 2020 do PNLD, buscando verificar o que tem sido proposto para os estudantes. No segundo estudo foi realizada uma sondagem com 307 estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental buscando compreender o que sabiam sobre amostragem. E por fim, o terceiro estudo experimental, no qual foi desenvolvido um processo interventivo com turmas do 6o e 9o ano, totalizando 350 estudantes. Os resultados do Estudo 1 revelaram que as propostas de atividades atendem as demandas postas nas orientações curriculares de tal modo que o PNLD 2020 possui maior ênfase em conceitos interligados a amostragem. Nessa análise, observamos aspectos que necessitam atenção devido ao excesso de (i) dados fictícios, (ii) população/amostra em contexto de pessoas e (iii) situações de apenas identificar a técnica de amostragem utilizada na pesquisa. Além disso, notamos ausência de atividades que contemplassem a variabilidade da variável e amostral, o conceito de margem de erro e relação com tamanho da amostra. Por outro lado, percebemos aspectos positivos como orientações das atividades ao professor no formato U e as propostas de pesquisa estatística. No Estudo 2 notamos uma progressão do desempenho dos estudantes em relação a escolaridade. Verificamos que houve diferença estatística significativa no desempenho dos estudantes, particularmente, entre o 6o e o 9o ano. Esses resultados nos propiciaram elaborar e desenvolver a intervenção. Realizamos um estudo experimental com pré-teste, intervenção de ensino e pós-teste. As análises estatísticas indicam, conforme esperado que, as turmas que passaram pela intervenção tiveram melhor desempenho do que as que não participaram. Entretanto, ressaltamos que o desempenho das turmas de intervenção do 6o ano no pós-teste foi estatisticamente significativo superior as turmas de 9o ano no pré-teste, sugerindo assim, a possibilidade de aprendizagem desde aquele ano escolar. Percebemos que o processo de intervenção foi eficaz, uma vez que, os estudantes puderam repensar algumas crenças e atitudes quanto as pesquisas amostrais, em especial, a margem de erro e a amostragem aleatória simples. Além disso, perceberam e justificaram adequadamente vieses na seleção de amostra, assim como, estabelecerem adequadamente a relação entre população e amostra. Isso devido a um leque de elementos de conhecimentos do Letramento Estatístico que as atividades permitiram mobilizar em ações que incentivavam o diálogo, a troca e a sistematização por parte dos estudantes. Em seguida, tivemos condições de elaborar a gradação para a aprendizagem de conceitos relacionados a amostragem, a qual se baseou nos resultados dos três estudos da tese. Distribuída nos anos finais do Ensino fundamental, a gradação apresenta habilidades das mais simples as mais sofisticadas em termos de compreensão para os estudantes. Acreditamos que ela poderá permitir um ensino sistemático e progressivo dos conceitos, possibilitando a construção de estratégias de ensino que irão favorecer professores da educação básica, como também, os estudantes, elaboradores de propostas curriculares, autores de livros didáticos, processos formativos, dentre outros. |