Caracterização físico-química de novos complexos de inclusão do fármaco β-lapachona utilizando polímeros.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: AMORIM, Cezar Augusto da Cruz
Orientador(a): LIMA, Maria do Carmo Alves de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18701
Resumo: A β-lapachona é uma naftoquinona (3,4-dihidro-2,2-dimetil-2H-naftol[1,2-b]pirano-5,6-diona) de peso molecular 243,3 g.mol-1 presente na Tabebuia avellanedae Lor, árvore conhecida como ipê roxo ou pau d’arco roxo. Esta naftoquinona é uma substância que pode ser obtida por uma semi-síntese a partir do lapachol bem como do lomatiol. Este bioativo apresenta múltiplos efeitos farmacológicos, como antibacteriano, antifúngico, antiviral, anti-inflamatório e anti-proliferativo. Segundo o sistema de classificação biofarmacêutica, a β-lapachona (BL ou β-lap) é classificada como classe II apresentando baixa solubilidade e alta permeabilidade. Desta forma, faz necessário um estudo de incremento de solubilidade aquosa. O objetivo deste trabalho foi caracterizar físico-quimicamente os complexos propostos utilizando dois polímeros: o dendrímero bis-MPA (DEN) e a cucurbit[6]urila (CUC). O presente estudo mostra duas metodologias para a formação de complexos entre a β-lapachona /dendrímero (BLD) e β-lapachona /cucurbiturila (BLC), visando o aumento da solubilidade deste fármaco através de interações intermoleculares e suas respectivas caracterizações físico-químicas. O complexo com o dendrímero foi preparado a partir de uma relação massa/massa de 3(fármaco):1 (carreador) variando o tempo de adsorção de 1, 3 e 7 dias. Para os complexos com a cucurbiturila uma relação molar 1:1 foi estabelecida para a formação dos complexos de inclusão com BL, variando o período de adsorção em 1, 3 e 7 dias. Após o período de agitação, os complexos BLD e BLC foram evaporados e secos a temperatura ambiente para posterior caracterização. Os complexos obtidos foram caracterizados por cromatografia líquida de alta eficiência, ultravioleta na região do visível, espectroscopia de absorção vibracional na região do infravermelho, espectrometria de ressonância magnética nuclear de hidrogênio, análise termogravimétrica, análise calorimétrica diferencial, difratometria de raio-X e microscopia eletrônica de varredura. Para o complexo BLD ficou evidente que a variação no tempo de adsorção não interferiu na quantidade de produto formado ou nas propriedades do complexo obtido. Os resultados das caracterizações mostram que o BLDD1 e o BLCD1 foram formados de acordo com os dados espectroscópicos e espectrométricos que demonstram variações nos sinais de BL quando complexado. Houve uma mudança na cristalinidade da BL, a qual era bastante cristalina, para um material mais amorfo com morfologia distinta do fármaco isolado. Os resultados das caracterizações térmicas exibiram, para os complexos, uma maior estabilidade térmica da β-lap complexada (BLDD e BLCD) e menor energia de fusão, quando comparado com β-lapachona livre. Essas informações também sugerem uma diminuição na cristalinidade do complexo o que é indicativo para o incremento de solubilidade. Desta forma propôs-se a caracterização físico-química como um indício de melhoria na solubilidade da β-lapachona através da formação de complexos entre BL e dois carreadores distintos e suas contribuições para estudos de uma possível formulação farmacêutica futura.