Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
ARAUJO, Eweron Felipe de Melo |
Orientador(a): |
MORAES, Márcia Maria Guedes Alcoforado de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Economia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38584
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Resumo: |
Cerca de metade da cana-de-açúcar produzida no Brasil é destinada à produção de etanol. Embora a agricultura de sequeiro ainda corresponda à maior parte da produção (79,44%), a irrigação vem crescendo em todas as regiões produtoras do país. O aumento da preocupação com as mudanças climáticas levou a mais iniciativas de formuladores de políticas internacionais para incentivar os combustíveis renováveis, que no futuro podem aumentar a demanda por etanol no Brasil. Este trabalho mensura os impactos na disponibilidade e nos valores econômicos da água diante de demandas maiores pelo etanol, e em diferentes cenários de comércio e clima, considerando as políticas de alocação de água atuais no país. Para atingir esse objetivo, é usada a plataforma de modelagem agro-econômica de uso da terra e água MAgPIE 4 para desenvolver o modelo MAgPIE-Brazil. Todos os cenários estudados apontam uma expansão na cana irrigada em todas as regiões do Brasil tanto no médio quanto no longo prazo. O Semi-árido, região hoje pouco tradicional no setor, tem o maior crescimento do país em termos de uso de água e área irrigada de cana em todos os cenários. Analisando cenários sobre futuras fontes de biocombustíveis a serem adotadas, conclui-se que a simples substituição da cana-de-açúcar pela Cana-energia como fonte de etanol no Brasil não tem efeito positivo na redução do crescimento da escassez de água (medida aqui pelos preços da sombra da água) no Brasil, em especial no semi-árido. Esse efeito só é alcançado quando apenas biocombustíveis avançados são produzidos a longo prazo. Em relação às mudanças climáticas, os resultados mostram que, se políticas fortes de mitigação forem implementadas (como a restrição ao uso de combustíveis fósseis) e diante das políticas de alocação de água atuais, a escassez de água no Brasil poderá crescer significativamente, especialmente nas áreas mais vulneráveis em termos de disponibilidade hídrica. Sugere-se então, o uso de políticas públicas que reflitam os valores de escassez em cada região para desencorajar usos intensivos em água em regiões mais escassas, a menos que invistam em tecnologias que otimizem seu consumo. Ao mesmo tempo, os usos menos intensivos, como os associados ao abastecimento humano, seriam incentivados. Dessa forma é possível otimizar o uso da água, uma importante estratégia de gestão de demanda, que induz o uso eficiente da água, reduz as perdas e transfere os recursos escassos para setores que agregam um maior valor para a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico das regiões e do país. |