Características clínicas da associação entre depressão e dependência de álcool

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pereira, Reginete Cavalcanti
Orientador(a): Lima, Murilo Duarte Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12785
Resumo: Objetivos: Determinar prevalência, características clínicas e sociodemográficas da associação entre depressão e dependência de álcool em uma população da área metropolitana do Recife. Sujeitos e Métodos: O corpus da pesquisa foi delimitado por revisão integrativa adotando o método de Torraco e Whittemore, questionando a relação entre alcoolismo e depressão e as evidências para afirmar a existência de um subtipo sindrômico de depressão relacionada ao alcoolismo. Foram admitidos como critérios de inclusão: artigos publicados em português, inglês, espanhol ou francês, com resumos disponíveis em quatro bases de dados, publicados entre 1981 e 2012, com metodologia possibilitando obter evidências fortes (níveis I, II e III), A partir de quadro demonstrativo das evidências de 765 resumos, foram selecionados 42 artigos completos que compuseram a revisão. Adicionalmente, foi realizado estudo descritivo, tipo inquérito de base populacional-territorial, de corte transversal, na comunidade Córrego da Fortuna, situada no bairro de Dois Irmãos em Recife, adscrita à Unidade de Saúde da Família, - Distrito Sanitário III, a partir de amostragem aleatória, admitindo como critérios de inclusão: residir na comunidade, faixa etária de 18 a 59 anos, boa compreensão do idioma português falado no Brasil, e aceitar participar do estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi realizada em duas etapas. Na primeira, foram colhidos dados sociodemográficos de 332 residentes, em protocolo desta pesquisa, assim como as informações relativas ao consumo de álcool (pelo Alcohol Use Disorder Identification Test - AUDIT) e aos transtornos mentais comuns (com o Self Reporting Questionnaire - SRQ-20), com o objetivo de determinar a frequência da associação entre transtornos mentais comuns e dependência de álcool. Na segunda etapa, foram incluídos os 84 residentes classificados nas categorias II, III ou IV do AUDIT, com o objetivo de descrever as características clínicas da dependência do álcool e da depressão, empregando o Inventário de Depressão de Beck e o questionário Genacis, para caracterização do consumo de álcool. Resultados: Na revisão integrativa, ficou evidenciada a necessidade de pesquisas detalhando a ingestão de álcool, para que essa caracterização possa auxiliar o diagnóstico da associação entre alcoolismo e depressão, já que essas morbidades se inter-relacionam, uma agravando a outra. No primeiro artigo, constatou-se que 88,0% faziam uso de álcool e haviam iniciado a ingestão em média na idade de 16,7 ± 3,9 anos. Foi identificado problema com alcoolismo na família de 135 (40,7%) sujeitos predominantemente em ascendentes (pai, mãe, tios, tias ou avós) e contemporâneos (irmãos, primos e cunhados). Classificados pelo AUDIT, os percentuais de zonas de risco foram 43,8%, 31,7%, 24,5%, respectivamente para as zonas I, II e III ou IV, havendo predomínio de sintomas depressivos, avaliados pelo SRQ-20. Na segunda etapa, constatou-se que dentre os 84 moradores alcoolistas nas zonas de risco II a IV do AUDIT, o percentual de depressão igualou-se a 40,48% e se caracterizou por sintomas e sinais que permitiram enunciar a hipótese de uma associação entre depressão e alcoolismo. Conclusões: Considerando a metodologia empregada neste estudo, parece plausível admitir uma associação entre depressão e alcoolismo com características clínicas comuns.