Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SOUZA, Carlos Alberto Duarte de |
Orientador(a): |
SÁ, Alcindo José de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51300
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Resumo: |
A violência tem se apresentado como algo rotineiro, especialmente nos grandes centros urbanos. Como sabido, existem formas diversas da violência e certos aspectos promovidos por ela são imensuráveis. Essa subjetividade levou o presente trabalho a considerar a perspectiva da violência criminosa como aquela que causa dano a outro; e, como “quantificador” de sua atuação, os números de homicídios e/ou crimes violentos letais intencionais. A ideia central é perceber como essa violência atuou na cidade do Recife-PE entre os anos de 1980 e 2018, tendo o medo difundido na população pelos meios de comunicação, influenciando na reconfiguração do espaço urbano; lendo-se que, como consequência, o espaço materializa o sentimento do medo em novos rearranjos, atribuindo-lhe uma nova configuração. Esse combo de elementos impulsiona a necessidade de proteger-se e defender o patrimônio. A tese perpassa justamente no sentido de que a segurança promovida não ultrapassa o sentimento e/ou percepção de insegurança, causando o que busco chamar de “pseudo-segurança”. Independente do volume, qualidade, sofisticação de itens de segurança e da localização, o indivíduo ainda continua com a sensação de insegurança e mantém-se em estado de alerta quase que permanentemente. Em outras palavras, a sociedade apresenta respostas ao cenário colocado como violento e inseguro, mudando a forma de suas residências, agregando apetrechos de segurança, locomovendo-se com cuidado; o poder público investe em policiamento, aparelhamento e proteção do patrimônio e, mesmo assim, para 78% das pessoas da cidade do Recife, há permanência da sensação de medo. Para embasar o trabalho, coloca-se, no início, como a Geografia contribui na análise de fenômenos violentos e os conceitos de violência e medo, bem como o que se compreende como “pseudo- segurança”. Na sequência, para caracterizar um pouco a leitura do medo da violência criminosa, consideraram-se, dentro do recorte temporal mencionado, a verificação em âmbitos nacional, estadual e municipal, passagens em jornais diversos, diários oficiais, sites de governos, livros e artigos da área que demonstrassem os acontecimentos violentos da época. Esse material permitiu inferir e afirmar questões que, de certa forma, implicaram na forma como a sociedade percebia e organizava- se diante desses fatos. Para finalizar e arrematar a ideia, apresentam-se, no último capítulo, os resultados da coleta de 941 instrumentos aplicados em bairros diversos da cidade do Recife-PE. Tal material permitiu inferir e afirmar, minimamente, acerca da percepção dos moradores da cidade sobre violência, medo e segurança, bem como ela reestrutura-se diante desses elementos. Ainda, apresentam-se os dados do Instituto Fogo Cruzado, que aponta sobre como as ocorrências violentas ocorrem por bairros. Obviamente, fez-se uso das informações oficiais prestadas pelos órgãos oficiais. A partir da análise dos dados e da verificação inloco, verificaram-se pistas que demonstram as particularidades espaciais, podendo, assim, fazer uma relação entre a psicosfera (lugar da produção de um sentido. No caso, o medo da violência criminosa) e tecnosfera (mundo dos objetos. A reconfiguração do espaço pelos aparatos e estratégias de segurança) promulgadas por Santos (1997). O trabalho, além do exposto, buscou, igualmente, aproximar o nível de compreensão espacial à realidade urbana, com a clareza do dinamismo e das rápidas mudanças e, sem grandes pretensões, apresentar uma perspectiva de olhar sobre a reconfiguração urbana em função de uma segurança que atende apenas os anseios de certos segmentos econômicos, mas não entrega o bem-estar de viver em um local que seja bom, justo e seguro para todos. |