Exilados de minha terra: a construção da saudade na literatura de escritores piauienses no Segundo Reinado 1850-1880

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: BAIÃO FILHO, Luiz Gonzaga
Orientador(a): SIQUEIRA, Antônio Jorge de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29213
Resumo: Neste trabalho procuramos analisar a construção do tema da saudade presente na literatura sobre o sertão entre os anos de 1850 e 1880. Para isso, é importante destacar o emprego recorrente do conceito de minha terra por diferentes escritores, dentre eles os escritores piauienses José Coriolano, Licurgo de Paiva e Francisco Gil. Defendemos que a saudade, pode ser considerada um sentimento poético de reação política as mudanças históricas que alteraram profundamente a vida de “homens exilados” de sua terra natal, a província do Piauí. O uso do conceito de minha terra possibilitou uma construção política da saudade na poesia e na prosa entre o romantismo e o naturalismo. Enquanto no romantismo a saudade do sertão era produto da construção de um sentimento idealizado de retorno a um tempo natural e de reação ao “modo de viver” da praça, quer dizer, dos principais centros urbanos do país; no naturalismo, a saudade estava relacionada a um sentimento naturalizado para narrar uma história de homens lutando para não deixar o sertão, isto é, passar a condição de retirantes, por conta da repercussão nacional da seca como “problema” das províncias do Norte. Nessa perspectiva, tanto na poesia como na prosa desses escritores piauienses durante o Segundo Reinado, a saudade apareceu expressando politicamente a manutenção das relações dominantes do sertão e da sociedade do Piauí.