Produção de sentidos sobre saúde mental na política de saúde integral da população LGBT de Pernambuco : produzindo memórias para ampliar horizontes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: CUNHA, Juliana Costa
Orientador(a): DANTAS, Benedito Medrado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44276
Resumo: Esta pesquisa versa sobre estratégias políticas de promoção à saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) em Pernambuco, com particular interesse aos aspectos relativos à saúde mental, dada a relevância dessa dimensão na atenção à saúde dessa população bem como a pouca visibilidade dessa pauta no debate público sobre o tema. Se por um lado, as políticas em saúde mental raramente abordam aspectos relativos a gênero e sexualidade, por outro, as políticas de promoção da saúde e direitos sexuais também tratam de forma secundária a saúde mental. Assim, nesta pesquisa, buscamos enfatizar as múltiplas violências sofridas pela população LGBT e as repercussões destas violências em seu processo de saúde mental, bem como explorar aspectos relacionados à violência institucional, visto que muitas pessoas LGBT evitam os serviços públicos para não passarem por constrangimentos/violências diversas em um contexto onde supostamente deveriam ser cuidadas. Para tanto, nosso objetivo geral foi analisar, entre narrativas, memórias e posicionamentos, a produção de sentidos sobre saúde mental na implementação da Política Estadual de Saúde Integral LGBT de Pernambuco buscando: a) analisar repertórios discursivos sobre saúde mental no contexto dessa política; b) analisar os modos como gênero e sexualidade são acionados na produção desses repertórios; c) analisar implicações da pandemia de Covid-19 no cotidiano dos serviços que integram esta política. A metodologia envolveu a produção de narrativas a partir de entrevistas com 11 integrantes e ex-integrantes do Comitê Técnico de Saúde Integral LGBT que tem atuado no processo de implantação e monitoramento da Política de Saúde Integral LGBT no estado de Pernambuco, envolvendo representantes dos movimentos sociais e de instâncias do poder público estatal. Assim, realizamos uma pesquisa qualitativa embasados na perspectiva construcionista e feminista de fazer pesquisa, ressaltando o cuidado com as pessoas envolvidas no processo, assegurando um ambiente acolhedor e seguro, negociando, de forma ética, a ação e a interação constante ao longo da conversa. Como resultados, situamos nossa pesquisa em 04 linhas de discussão pautadas na análise dos repertórios sobre saúde mental e população LGBT, a saber: 1) as políticas públicas e a saúde da população LGBT; 2) a descoberta da sexualidade e a família: aceitação e preconceito; 3) a produção de sentidos sobre saúde mental e a população LGBT; e 4) entre vídeo chamadas, sirenes de ambulância e conversa com o entregador de delivery: dialogando sobre pandemia de covid-19 e possibilidades de cuidado em saúde. Desta forma, na interface entre as memórias da pesquisadora e as produções discursivas dialogicamente construídas, acreditamos ter acessado os percursos narrativos e a produção de sentidos sobre saúde mental por aquelas pessoas que efetivamente atuam na promoção de saúde LGBT no Estado de Pernambuco. Nossas análises enfatizam a necessidade de dar visibilidade a narrativas pouco conhecidas e a potência da discussão sobre o tema, com vistas a contribuir para a qualificação dos dispositivos do SUS e na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), assegurando direitos à população LGBT, a partir de uma oferta de atenção e cuidado integral à saúde mental desta população.