Efluente oleoso como alternativa para a produção de lipase por fungos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Helton Santana de
Orientador(a): GUSMÃO, Norma Buarque de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40059
Resumo: As lipases (EC 3.1.1.3) são enzimas pertencentes à classe das hidrolases e atuam sobre ligações éster presentes em triacilgliceróis insolúveis, liberando ácidos graxos livres, diacilgliceróis, monoacilgliceróis e glicerol. Elas podem ser empregadas em diversos setores industriais. Os fungos são preferencialmente utilizados para a produção destas enzimas e vários resíduos industriais podem ser usados como substratos para a produção, o que além de ser vantajoso pelo baixo custo e grande disponibilidade destes materiais, ainda ajuda a solucionar os problemas ambientais que poderiam ser causados pelo descarte dos mesmos. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo investigar o potencial de uso de efluente de lavagem de galões contendo óleo pós-fritura na produção de biomassa e de lipases por amostras de fungos filamentosos em consórcio. Para isso, foram utilizadas dez cepas fúngicas, crescidas em fermentação submersa, das quais as melhores produtoras de lipases foram combinadas em consórcios e realizado planejamento fatorial 2^3, na tentativa de otimizar esta produção. Também foi realizada a fermentação em biorreator, estudo da cinética enzimática e teste de fitotoxicidade com o extrato bruto, assim como composição centesimal da biomassa produzida. C. bertholletiae (URM 7658) apresentou maior atividade lipolítica, com 0,591 U/ml, seguida por C. echinulata (URM 7660) e Rhizopus microsporus (URM 7652), com 0,5443 U/ml e 0,5276 U/ml, respectivamente. Dentre as variáveis testadas no planejamento fatorial, o pH demonstrou influência significativa na produção enzimática, enquanto a concentração de substrato e o volume de NH4NO3 não. A melhor temperatura para a reação foi 40ºC e o melhor pH, 8. O extrato enzimático de C. bertholletiae se manteve estável em pH acima de 8 e quando incubado até 60 min. a 40ºC. Apesar da atividade lipolítica apresentada pelos fungos não ter sido muito expressiva, quando comparada a outras pesquisas correlatas, o teste de fitotoxicidade com os líquidos metabólicos dos biorreatores revelou índices de germinação acima de 50%, revelando que foram capazes de diminuir consideravelmente a toxicidade do efluente bruto. Além disso, a biomassa gerada no processo fermentativo apresentou elevado teor energético, composta por 4% de proteínas, 6% de carboidratos, 21% de lipídeos, 68% de umidade e 0,7% de cinzas, o que seria equivalente a aproximadamente, 13% de proteínas, 19% de carboidratos, 66% de lipídeos e 2% de cinzas caso a biomassa estivesse seca, podendo encontrar aplicação como ingrediente de rações para animais.