Fatores de risco e diagnóstico de candidemia por hemocultura e reação em cadeia da POLIMERASE (PCR) MULTIPLEX em Recém-nascidos internados em unidade de terapia intensiva neonatal em Recife, Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: JUCÁ, Moacir Batista
Orientador(a): MELO, Heloísa Ramos Lacerda de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18285
Resumo: Espécies de Candida spp. são a principal causa de infecção fúngica nas unidades de cuidados intensivos neonatais. A mortalidade bruta para candidemia nestes pacientes varia entre 15 e 59%. O atual método padrão-ouro para o diagnóstico de candidemia neonatal é a hemocultura, porém, o método não é tão efetivo como necessário e os critérios clínicos associados à presença de fatores de risco são fundamentais para o início de antifúngicos. A detecção do DNA da Candida spp. pela MT-PCR pode proporcionar um diagnóstico rápido e confiável em pacientes de alto risco. Objetivo: Determinar a frequência de candidemia diagnosticada por hemocultura e MT-PCR em recém-nascidos internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, bem como identificar as espécies e seu perfil de susceptibilidade aos antifúngicos e descrever os fatores de risco relacionados ao seu desenvolvimento. Método: Estudo observacional, prospectivo, analítico tipo coorte onde foram acompanhados todos os recémnascidos internados em UTI neonatal com mais de 48 horas de internamento, avaliando a presença de fatores de risco para candidemia, através de hemocultura e MT-PCR, no período de janeiro a dezembro de 2010. Candidemia foi definida como a presença de sinais e sintomas de infecção e isolamento de Candida spp. em hemocultura de acordo com os critérios da Infectious Diseases Society of America (IDSA) 2009. Foi utilizado o teste qui-quadrado para verificar possível diferença entre frequências das variáveis e o teste t-Student em amostras independentes para verificar possível diferença na média das variáveis. Foi adotado um nível de 5% de significância. Resultados: Foram acompanhados 205 recém-nascidos. Deste total, 37(18,0%) dos pacientes foram a óbito ao final do estudo. Sepse foi observada em 68(33,2%) dos recém-nascidos, e sepse documentada laboratorialmente ocorreu em 38(18,5%). Onze pacientes apresentaram candidemia (5,4%) e a MT-PCR foi positiva para Candida spp. em 24(11,7%). A incidência de candidemia no período de estudo foi de 2,55 por 1000 pacientes-dia. Após 28 dias do diagnóstico, dos onze pacientes que apresentaram candidemia comprovada, seis (54,5%) evoluíram para cura e cinco (45,5%) foram a óbito. A Candida parapsilosis foi a espécie mais isolada nas hemoculturas (63,6%). Em relação à MT-PCR, a Candida glabrata foi a mais prevalente (41,7%). Na avaliação do antifungigrama, todas as amostras de Candida spp. foram sensíveis a anfotericina B e 90,9% foram sensíveis ao fluconazol. Na análise dos fatores de risco, nos pacientes que evoluíram com candidemia e naqueles com MT-PCR positiva para Candida spp., observou-se maior frequência e maior tempo de uso dos procedimentos de risco quando comparados à população geral. Conclusões: Como os marcadores laboratoriais são inespecíficos para o diagnóstico, a associação dos dois métodos permitiu a identificação de um maior número de casos de candidemia. Os fatores de risco com maior impacto para candidemia foram hemotransfusão, uso e tempo de antimicrobiano, uso de CVC, uso e tempo de NPT, tempo de PICC, tempo de VMA, além de tempo de internamento na UTI.