Variação do / L / em coda silábica na fala de Arcoverde (PE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: José de Sá, Edmilson
Orientador(a): Virginia Telles de Araújo Pereira Lima, Stella
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7730
Resumo: O presente trabalho estabelece um estudo de um fenômeno de variação do português brasileiro. O objetivo da pesquisa foi analisar o uso variável da lateral /l/ em coda silábica na fala de Arcoverde, PE, com localização no sertão pernambucano. Para a realização deste estudo, adotamos a abordagem sociolingüística, apoiando-nos, para a análise dos resultados, na Teoria da Variação (LABOV, 1972; 1984; 1996). Analisamos a fala de 48 informantes, estratificados segundo restrições sociais, quais sejam: sexo, escolaridade, faixa etária e localização na cidade. Foram computadas quatro variantes, sendo a vocalização [w] (73%) e o apagamento (22%) as que obtiveram maior percentual de ocorrências, enquanto a fricativa glotal [h] com 3% e a iotização com menos de 1% foram mais restritas. Considerando as variantes mais recorrentes, os resultados da pesquisa revelaram que o apagamento da lateral não é decorrente de restrições sociais, mas sensível ao contexto fonético. Apenas na localização do falante a variação foi mais evidente, pois os moradores da zona urbana se revelaram favorecedores à vocalização do fonema, enquanto os moradores da zona rural tendem a aplicar significativamente a regra do apagamento. Para a análise lingüística, consideramos as restrições contexto precedente, contexto seguinte, classe de palavra, tonicidade e posição da sílaba da coda, e os resultados indicaram que a restrição classe de palavra foi a maior favorecedora da vocalização, enquanto o apagamento foi mais evidente nos contextos precedentes /i/ e /u/. Do ponto de vista da Fonologia, recorremos à Teoria da Otimalidade (PRINCE & SMOLENSLKY, 1993), na perspectiva de Anttila (1997). Para associarmos os resultados obtidos com a teoria, consideramos o processo de variação estável como se comportaram as variantes mais recorrentes. Diante disso, propusemos tableaux diferentes com um ranqueamento variado, para que cada uma das variantes constituísse um candidato ótimo. Pela organização dos ranqueamentos, percebemos que a restrição MAX-IO regula tanto a vocalização, quando ranqueada em posição mais alta, quanto o apagamento, quando ranqueada em posição mais baixa na hierarquia. Os resultados obtidos com a análise permitiram o encaminhamento de discussão relativa ao comportamento do fenômeno na fala na comunidade investigada