Situação nutricional das crianças menores de cinco anos do estado de Pernambuco e sua evolução temporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: VILA NOVA FILHO, Sidrack Lucas
Orientador(a): LIRA, Pedro Israel Cabral de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55198
Resumo: A transição alimentar e nutricional tem acompanhado a transição epidemiológica no Brasil, que, ao longo dos anos, altera o consumo alimentar e as prevalências de doenças na nossa população, de forma que aumentam as prevalências de doenças crônicas e diminuem as de doenças carenciais. Nesse contexto, discute-se que o perfil epidemiológico da população infantil tem mudado, com maiores prevalências de excesso de peso e menores de desnutrição. Portanto, o objetivo deste estudo é apresentar a situação nutricional de crianças menores de cinco anos no estado de Pernambuco e sua evolução temporal. Trata-se de uma pesquisa transversal a partir do banco de dados da IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição de Pernambuco (IV PESN/2016), com dados sociais, demográficos, econômicos, biológicos, maternos, familiares e de consumo alimentar de 816 crianças de 0 a 5 anos analisadas sob os desfechos de déficit estatural (como proxy de desnutrição energético-proteica) e de excesso de peso. Foram feitas as análises bivariadas a partir do teste de qui-quadrado, e para as variáveis de associação <0,20, foi feita a regressão logística de Poisson. Comparado às I, II e III PESN, o estudo identificou aumento das prevalências de excesso de peso nessa faixa etária (de 8,9% em 2006 para 12,6% em 2016) bem como diminuição do déficit estatural (de 24,6% em 1991 para 5,8% em 2016). Para a IV PESN (2016), o excesso de peso esteve associado com excesso de peso ao nascimento, criança não inscrita no Programa Bolsa Família, viver com menos pessoas no domicílio, família apresentar segurança alimentar e nutricional e criança beber menos refrigerante na semana. O déficit estatural esteve associado ao baixo peso ao nascer, à mãe não ter feito pré-natal, apresentar IMC de magreza e ter menor altura. Conclui- se que Enquanto que o excesso de peso esteve relacionado a fatores sociodemográficos e comportamentais, o déficit estatural se relacionou a fatores biológicos e maternos, indicando uma possível situação nutricional prejudicada desde antes do nascimento. Para a população estudada, a evolução temporal de excesso de peso e déficit estatural seguem similarmente ao que ocorre em outras regiões de baixa ou média renda. Além disso, essa conjuntura evidencia a dupla carga da má nutrição em nossa população, uma vez que mostra desafios para a eliminação da desnutrição bem como para o controle e prevenção do excesso de peso.