Impacto da triagem de cardiopatias congênitas sobre os indicadores de mortalidade infantil e neonatal: o caso do CirCor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ANDRADE, Ana Carla Alves de
Orientador(a): SAMPAIO, Breno Ramos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Gestao e Economia da Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31891
Resumo: As cardiopatias congênitas, doenças que acometem 10 a cada 1000 nascidos, matam 20% dos seus portadores no primeiro ano de vida. As cardiopatias congênitas críticas, são de gravidade ainda maior. Caso não sejam diagnosticadas em tempo hábil, crianças com esses defeitos frequentemente morrerão antes de conseguirem ser diagnosticadas. A triagem para cardiopatias congênitas foi incorporada a triagem Neonatal no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2014, entretanto não como medida obrigatória. O estado da Paraíba, único no nordeste a não ter nenhum hospital cadastrado para realização de cirurgias cardíacas pediátricas, em parceria com o Círculo do Coração (CirCor), iniciou um programa estadual de triagem e diagnóstico para cardiopatias congênitas. Entretanto não se sabe se a implementação estadual dessa política está associada com as taxas de mortalidade infantil e neonatal. Nesse estudo objetivou-se analisar o impacto das ações da rede estadual de cuidados da Paraíba, sobre as mortalidades infantil e neonatal por CC dos anos de 2011 a 2014. Tratou-se de um estudo descritivo exploratório, com dados em painel, analisados através do método de diferenças em diferenças, comparando os municípios através do método de pareamento, em 87 categorias e subcategorias de variáveis. Os municípios da Paraíba, tratados pelo programa, foram comparados com os municípios não tratados do mesmo estado e com os demais municípios do nordeste brasileiro, do ano de 2004 até 2014. Em 2011, 11 municípios com 13 unidades foram contemplados com o programa e em 2013 outros 4 municípios e 8 unidades foram incorporados. Entre 2004 e 2014, ocorreram 5.695 óbitos neonatais no estado da Paraíba, dos quais 387 tiveram como causa cardiopatias congênitas. Houve queda de 45 pontos percentuais entre os óbitos neonatais por CC, nos municípios tratados pelo programa entre os anos de 2011 e 2014. Conclui-se que a implementação de políticas de rastreio em recém-nascidos para cardiopatia congênita foi associado a redução nos óbitos por CC entre 2011 e 2014 em comparação com os municípios sem essas políticas.