Cenários de mudanças climáticas e ambiente: influência da variabilidade do clima na produção de leite do Agreste de Pernambuco, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: BARBOSA, Vanessa Vasconcelos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25308
Resumo: A região Agreste do estado de Pernambuco possui na pecuária leiteira uma de suas principais bases econômicas, contribuindo com mais de 25% da produção estadual de leite. Considera-se a pecuária leiteira como um dos setores mais sensíveis às variações do clima e o importante papel dessa atividade na sustentabilidade das propriedades rurais de base familiar do Agreste. Com isso, o objetivo dessa pesquisa é analisar o impacto da variabilidade climática na produção de leite em escala temporal no Agreste pernambucano e os cenários futuros de mudanças climáticas. Foram obtidos dados de precipitação diária de 1960 a 2014 oriundos da APAC e de produção anual de leite por meio do IBGE. O aplicativo Climap 3.0 foi utilizado para analisar as tendências climáticas da precipitação pluviométrica, enquanto o Microsoft Office Excel e o Statistical Package for Social Sience (SPSS) foram empregados para avaliar o impacto da variabilidade climática na produção de leite em escala temporal e determinar um modelo que represente estatisticamente essa influência. Os dados referentes aos cenários climáticos de precipitação e temperatura dos anos 2025 e 2055 no Agreste foram adquiridos junto ao CPTEC/INPE, para avaliar os possíveis impactos na produção de leite. As análises das tendências climáticas da precipitação pluviométrica indicaram a alta variabilidade do clima e a má distribuição das chuvas durante o ano, concentrando o período chuvoso nos primeiros trimestres. Os índices extremos climáticos sugerem tendências negativas das chuvas na região, enquanto o desvio padronizado não insinuou tendência. Verificou-se que a produção de leite concentra-se em sua maioria no Agreste Meridional. A partir dos modelos de regressão Cúbico e Quadrático, identificou-se que as chuvas contribuem com mais de 30% da produção leiteira. Os cenários climáticos para os anos de 2025 e 2055 indicaram tendência de diminuição das chuvas e aumento das temperaturas médias para todo o Agreste em 1º C e 2º C, respectivamente, exceto o Meridional no ano de 2025. Tais evidências impactam na produção leiteira através da redução das reservas de água disponíveis para o gado e necessárias ao cultivo da palma forrageira, além de oferecer risco considerável de aumento de estresse térmico nos animais, reduzindo sua produtividade e eficiência e acarretando perdas sociais e econômicas significativas, sobretudo para as famílias que sobrevivem da prática dessa atividade.