Efeito sinérgico da associação juglona-praziquantel frente a diferentes estágios evolutivos de Schistosoma mansoni

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, Camilla Mielly Gomes da
Orientador(a): ALBUQUERQUE, Mônica Camelo Pessôa de Azevedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51674
Resumo: A esquistossomose é uma doença tropical e negligenciada (DTN), causada por trematódeos do gênero Schistosoma sendo considerada como a segunda maior doença parasitária de importância socioeconômica. Estima-se que essa infecção afete mais de 240 milhões de pessoas no mundo e que 700 milhões de pessoas vivem em áreas de risco de contrai-la. O praziquantel (PZQ) é atualmente o único medicamento utilizado para o tratamento da esquistossomose, com ação contra todas as espécies de Schistosoma spp., no entanto, apresenta certas limitações pois não impede reinfecções e não é eficaz contra as fases jovens do parasito, o que aumenta o risco de surgimento de cepas resistentes e/ou tolerantes. Diante disto, torna-se necessária a busca por novos compostos com potencial esquistossomicida, por sua vez, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade esquistossomicida, in vitro, da juglona (JUG) isolada e em associação com o praziquantel (PZQ) frente a diferentes estágios evolutivos do Schistosoma mansoni (cepa BH). Para isso, camundongos fêmeas Swiss webster, previamente anestesiados, foram infectados via percutânea com uma suspensão de cercárias contendo em média cerca de 120 cercárias. As cercárias foram obtidas através de caramujos Biomphalaria glabrata infectados com miracídios de S. mansoni (cepa BH), após o período de 30 dias e após exposição a luz artificial, em seguida foi realizado processo mecânico de transformação das cercárias em esquistossômulos de 3 horas. Durante o período de 21 e 50 dias, os camundongos foram eutanasiados e por meio de perfusão hepática foram obtidos os vermes jovens (21 dias) e vermes adultos, machos e fêmeas (50 dias). A susceptibilidade das fases evolutivas in vitro diante da JUG e do PZQ foi observada no período de 24 horas, utilizando-se como critério as alterações de motilidade, taxa de mortalidade e repercussões gerais, como danos tegumentares. As CL50 da JUG e do PZQ foram também estabelecidas, com resultados de 0,57 μM e 182,7 μM, respectivamente, para esquistossômulos de 3 horas; 8,76 μM e 111,3 μM para vermes jovens com 21 dias; 26,4 μM e 2,92 μM para vermes adultos macho e 22,6 μM e 87,8 μM para vermes adultos fêmea. Os resultados da associação JUG/PZQ mostraram atividade sinérgica em diferentes graus frente a todas as fases evolutivas analisadas, utilizando-se CL50 e concentrações subinibitórias. Os melhores resultados apresentaram índice de combinação (IC) indicativo de um sinergismo muito forte frente aos esquistossômulos (IC=0,09) e aos vermes adultos machos (IC=0,07), e indicando sinergismo forte frente aos vermes jovens (IC=0,29) e aos vermes adultos fêmeas (IC=0,10). Além disso o efeito da associação JUG/PZQ permitiu diminuição das doses utilizadas de juglona e praziquantel contra o Schistosoma mansoni, também apresentando efeito sobre a oviposição, inibindo nos vermes acasalados expostos as doses subletais.