Pela hora da morte estudo sobre o empresariar da morte e do morrer: uma etnografia no Grupo Parque das Flores, em Alagoas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: MORAIS, Isabela Andrade de Lima
Orientador(a): LIMA, Antonio Carlos Motta de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/497
Resumo: Este trabalho discute o mercado e o consumo de produtos e serviços funerários na contemporaneidade, objetivando compreender o processo de empresariação da morte e do morrer pelas empresas privadas, os chamados Grupos, e entender quais os fatores que influenciam a crescente demanda de consumidores fúnebres em adquirirem produtos e serviços oferecidos por empresas particulares. Para isso, foi realizada uma pesquisa etnográfica no Grupo Parque das Flores, uma empresa que atua no ramo da morte em Alagoas administrando vários empreendimentos fúnebres (cemitérios parques, floriculturas, funerária, planos assistenciais funerários e central de velórios). Durante os anos de 2006 a 2008 foram observados os velórios e sepultamentos no cemitério Parque das Flores e a higienização de cadáveres pelos agentes fúnebres da funerária, também foram analisados os processos de venda e aquisição dos produtos e os serviços do post mortem, além das análises das campanhas publicitárias. Observou-se que como não existe oferta sem demanda, o trabalho de venda de um produto não é nada sem o trabalho de produção do valor do produto e do interesse pelo produto. É então no domínio da cultura que compreenderemos as razões que levam as pessoas a consumirem produtos e serviços fúnebres. Foram identificados, portanto, alguns motivos que influenciam a aquisição dos produtos e serviços fúnebres: a praticidade e comodidade atrelada aos atuais serviços funerários, o receio de ser sepultado em uma vala comum, a ineficiência da gestão da morte pelo serviço público e o desejo de oferecer as últimas cerimônias à pessoa morta como forma de retribuição por todas as suas realizações em vida. Essas situações demonstram há um vínculo e uma correlação entre os vivos e os mortos na sociedade brasileira que retroalimenta o consumo e a oferta de produtos e serviços fúnebres