Efeitos da manipulação serotoninérgica sobre o estresse oxidativo no hipotálamo e tronco encefálico de animais supernutridos na lactação
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/62162 |
Resumo: | Um aumento no consumo alimentar (porções grandes ou mesmo grande número de porções) é capaz de alterar o metabolismo energético, ocasionando em sobrepeso e obesidade a longo prazo. Dados na literatura mostram que tanto o sobrepeso como a obesidade causam desequilíbrio homeostático celular podendo levar ao estresse oxidativo e consequente dano celular em tecidos como hipotálamo e tronco encefálico. O presente estudo tem como objetivo avaliar no tronco encefálico e hipotálamo de ratos supernutridos os efeitos da manipulação serotoninérgica sobre os parâmetros relacionados à função celular e mitocondrial, balanço oxidativo e expressão dos níveis de RNA mensageiros de moléculas associadas aos sistemas monoaminérgicos e BDNF. Para nosso estudo utilizamos ratos da linhagem Wistar. 24h após o nascimento da prole todas as mães tiveram sua ninhada padronizada para 9 filhotes. No 3° dia de vida foi realizado a redução de ninhada para o grupo supernutrido simultâneo a manipulação farmacológica. Os grupos foram divididos em normonutridos, mantendo n=9 de filhotes por ninhada e o grupo supernutridos onde reduzimos para n=3 de filhotes por ninhada. O grupo supernutrido foi então subdividido em grupo veículo (Grupo Supernutrido+Salina-SS) e grupo tratado (Grupo Supernutrido+ Fluoxetina-SFx), da mesma forma o Grupo Normonutrido subdividido em grupo veículo (Grupo Normonutrido+Salina-NS) e o grupo tratado (Grupo Normonutrido+Fluoxetina-NFx), a manipulação serotoninérgica se manteve até 21 dias de vida (do 3o ao 21o dia de vida). Aos 22 dias de vida os animais foram eutanasiados para análises bioquímicas. O peso corporal dos animais, demonstrou que o animais SS possuíram maior peso quando comparado ao seu controle aos 14 dias de vida (p=0,0189), quanto ao efeito da fluoxetina na supernutrição, animais SFx apresentaram menor peso corporal quando comparados ao SS (p<0,0001). No tronco encefálico nossos resultados mostram um aumento nos níveis de peroxidação lipídica, através dos níveis de malondialdeido (MDA) no grupo SS, quando comparado ao NS (p=0,0204) e redução na atividade da SOD (p=0,03). Analisando os efeitos da fluoxetina na supernutrição, verificamos aumento das enzimas antioxidante SOD (p=0,006), CAT (p=0,0041) e GST (p=0,015), os níveis de sulfidrilas foram reduzidos no NFx (p=0,044) e aumentados no SFx (p=0,03) quando comparados aos seus controles. Houve um aumento na expressão gênica nos animais SFx na tirosina hidroxilase e BDNF no tronco encefálico (p=0,03; p=0,01), a expressão de mRNA do SERT foi aumentada nos animais NFx (p=0,006). Ao analisarmos a consequências da supernutrição e tratamento com fluoxetina ou salina no hipotálamo, foi observado diminuição da peroxidação lipídica nos animais SFx (p=0,01), um aumento nos níveis de tióis totais (p=0,008) e maior expressão de mRNA de TPH2, TH, BDNF (p=0,02; p=0,02; p=0,03), a expressão de SERT foi diminuída no grupo SFx (p=0,01). A supernutrição durante o período neonatal altera parâmetros bioquímicos e moleculares no hipotálamo e tronco encefálico. Esses distúrbios nutricionais durante a lactação desregulam o balanço oxidativo e o REDOX celular, induzindo estresse oxidativo. De forma inversa, a modulação do sistema serotoninérgico por meio do uso farmacológico da fluoxetina foi capaz de reverter os efeitos deletérios da supernutrição durante a lactação, beneficiando o desenvolvimento cerebral e retardando as possíveis patologias decorrentes do estresse oxidativo. |