O enunciado como zona de diálogo entre vozes e valores: uma abordagem da relação entre fazer jornalístico e valorações sócio-ideológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SANTOS, André Cordeiro dos
Orientador(a): RODRIGUES, Siane Gois Cavalcanti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17293
Resumo: Sabendo da grande importância que o jornalismo tem na sociedade atual, no que se refere à divulgação de informações, e tomando parte da discussão sobre fazer jornalístico e subjetividade, nesta pesquisa, buscamos investigar a relação entre sujeito-jornalista (enquanto ser sócio-político-ideológico) e objeto de enunciação, por meio de marcas linguísticas da apropriação do discurso de outrem. Para tanto, tomamos eventos discursivos jornalísticos referentes a Eduardo Campos dos dois jornais mais lidos do estado de Pernambuco: Diário de Pernambuco (DP) e Jornal do Commercio (JC). Partimos da hipótese de que esses modos, tomados à caracterização de Eduardo Campos, são indicativos de um posicionamento políticoideológico dos jornais. Para compreender esse fenômeno da esfera jornalística, à luz da Análise Dialógica dos Discursos (ADD), tomamos as noções do Círculo de Bakhtin como principal base para o estudo, mas apoiamo-nos, também, sempre que necessário, em discussões da teoria do jornalismo e da comunicação social. Assim, procedemos à análise de seis notícias, duas anteriores à morte, duas imediatamente posteriores à morte e duas publicadas sete meses após a morte do candidato (uma do DP e outra do JC de cada período). Os resultados das análises mostraram que houve mudança nos valores que se encontram nas notícias, fruto do diálogo e conflito de vozes, e isso ocasionou a mudança na imagem construída pelos jornais em cada recorte temporal desta pesquisa: o político que antes de sua morte era caraterizado como um sujeito em desespero, de discurso contraditório, logo após sua morte, é caracterizado como alguém que tinha uma proposta consistente para o Brasil e feitos memoráveis e, alguns meses após a morte, volta a ser caracterizado como político que poderia estar envolvido em escândalos de corrupção. A análise dos dados também comprovou que, como sugere o Círculo de Bakhtin ao falar da linguagem, sempre há relação entre fazer jornalístico e valorações sócio-politico-ideológicas, por mais que esta seja uma prática sócio-discursiva que visa à isenção e à objetividade.