Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
LARA, Sérgio Gonçalves |
Orientador(a): |
OLIVEIRA, Marcos Roberto Gois de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Ciencias Contabeis
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38574
|
Resumo: |
Com a intensificação das discussões sobre Sustentabilidade Empresarial (SE) e o surgimento de resultados econômico-financeiros positivos entre empresas consideradas destaque em sustentabilidade, surgiram os índices de sustentabilidade, vinculados a diversas bolsas de valores. O Índice de Sustentabilidade Empresarial, da Brasil, Bolsa, balcão (ISE B3) foi criado em 2005 com a missão de apoiar os investidores na tomada de decisão de investimentos socialmente responsáveis e induzir as empresas a adotarem as melhores práticas de SE. Porém, como a participação é voluntária, um número cada vez maior de empresas elegíveis tem optado por não participar dos processos de seleção, fazendo-se necessário entender as características que motivam a (não) participação das empresas. A pesquisa foi dividida em duas etapas. Na primeira etapa, utilizando uma amostra com 1568 observações de participação e não participação referente às carteiras de 2011 a 2019, aplicouse um modelo de regressão logística e verificou-se que empresas maiores, mais rentáveis, maior endividamento e de setores de atividade com maior potencial de impacto ambiental são as que mais participam do ISE B3. Um destaque é feito com relação ao alto grau de participação das instituições financeiras que, apesar de serem do grupo de menor potencial de degradação ambiental, formam o grupo com maiores médias para as demais variáveis analisadas. Esse fato pode ter contribuído para algumas das divergências encontradas na literatura anterior. Na segunda etapa da pesquisa, utilizando os resíduos da regressão (da primeira etapa) para seleção de 94 empresas com acerto ou erro de previsão para todos os processos de seleção para as carteiras ISE B3 do período de 2014 a 2019, aplicou-se o Teste de Mann-Whitney e o Teste Exato de Fisher para verificar se a (não) participação recorrente das empresas nas carteiras ISE B3 contribui para a ampliação das expectativas futuras do mercado de capitais em relação à empresa. Para mensuração da variação das expectativas futuras construiu-se uma equação em que a variação das expectativas futuras é igual à diferença entre a variação do valor de mercado e a variação do valor contábil. Os resultados revelaram que a média da variação positiva das expectativas futuras das empresas que participaram das carteiras ISE B3 em todas as carteiras do período amostral não é estatisticamente superior às médias das empresas que estiveram ausentes de todas as carteiras do período. Dentre as empresas cuja previsão do modelo de regressão logística foi incorreta, não houve vantagem para as empresas que participaram das carteiras ISE B3, demonstrando que ainda há, no mercado de capitais brasileiro, investidores dispostos a correr o risco de investir em empresas, com envolvimento em desastres ambientais e escândalos de corrupção, em busca de maiores retornos financeiros de curto prazo. Entretanto, as companhias com maior rentabilidade, maior endividamento e de setores com maior potencial de impacto ambiental, que participaram de todas as carteiras ISE B3 do período de 2014 a 2019, apresentaram crescimento do valor contábil e melhora das expectativas futuras superior ao das empresas que não participaram das carteiras, justificando a decisão de permanência de algumas empresas que participaram de todas as carteiras ISE B3, desde a criação do índice. Pela análise conjunta dos resultados das duas etapas, a pesquisa traz indícios de que a relação custo-benefício não tem sido vantajosa para empresas menores, com menor rentabilidade e endividamento e de setores de baixo potencial de impacto ambiental. Conclui-se que há um grande trabalho pela frente, para a conscientização de empresas e investidores quanto à necessidade de uma atuação que vise o alcance dos objetivos de curto prazo sem comprometer os objetivos de longo prazo. |