Prospecção fitoquímica e avaliação das atividades antimicrobiana, citotóxica e anti-inflamatória de Hyptis pectinata (L.) Poit

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: BATISTA, Danilo Cândido de Araújo
Orientador(a): PISCIOTTANO, Maria Nelly Caetano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27979
Resumo: Os produtos naturais têm sido amplamente utilizados para o tratamento de doenças em medicina popular e, com base nesta tradição, o uso de medicamentos produzidos a partir de plantas tem se tornado cada vez mais comum. Dentre as espécies com importantes propriedades medicinais, está Hyptis pectinata (L.) Poit, conhecida popularmente como “Sambacaitá” ou “Canudinho”, utilizada na medicina popular como anti-inflamatória e antisséptica, contra problemas gástricos ou respiratórios, câncer, infecções e febre. Sendo assim, objetivou-se nesse trabalho, analisar o perfil fitoquímico de extratos obtidos das folhas de H. pectinata L., obter e caracterizar o óleo essencial das folhas e executar uma triagem farmacológica, visando uma avaliação preliminar do potencial antimicrobiano, citotóxico e anti-inflamatório dos extratos obtidos. Inicialmente, 40g da droga vegetal foram submetidos à extração em diferentes solventes de polaridades distintas e crescentes (hexano, acetato de etila, etanol e água), pela técnica de Soxhlet, com ciclos de seis horas. Em seguida, por meio da técnica de Cromatografia em Camada Delgada (CCD), realizou-se a triagem fitoquímica de cada um dos 4 extratos obtidos, identificando-se os grupos de metabólitos secundários. Por meio de extração por hidrodestilação em Clevenger, obteve-se o óleo essencial das folhas de H. pectinata, calculou-se o rendimento e foi realizada sua caracterização do óleo por Cromatografia acoplada a Espectrômetro de Massas (CG-EM). Posteriormente, avaliou-se a atividade antimicrobiana frente isolados clínicos e cepas ATCC Gram-positivas e Gram-negativas e fungos leveduriformes, através da técnica de poços/difusão em Agar e da Concentração Mínima Inibitória (CMI) por microdiluição em Agar. Além disso, foram investigadas as atividades citotóxica e anti-inflamatória dos extratos, sendo a primeira avaliada frente três linhagens de células cancerígenas e a segunda, por meio da inibição da produção de óxido nítrico (NO) em macrófagos RAW 264.7. A partir da triagem fitoquímica, evidenciou-se a presença de mono e sesquiterpenos, triterpenos e esteroides, flavonoides, cumarinas e taninos hidrolisáveis e condensados. A extração do óleo essencial forneceu rendimento de 0,11% (v/p) e sua caracterização identificou 14 constituintes, sendo estes apenas sesquiterpenos e apresentando como compostos majoritários, o Beta-Cariofileno e o Germacreno-D. Quanto aos ensaios da atividade antimicrobiana, os melhores resultados foram frente cepas Gram-positivas, porém houve discreta atividade frente às Gram-negativas e nenhuma atividade antifúngica. Ainda com relação à atividade antimicrobiana, os extratos considerados mais ativos foram o acetato de etila e o aquoso, o que pode estar relacionado à maior presença de compostos fenólicos em ambos, de terpenos no extrato acetato de etila e à predominância de saponinas no extrato aquoso. Quanto à atividade citotóxica, destacaram-se as inibições frente duas das linhagens utilizadas, HEp-2 (Carcinoma de laringe) e HT-60 (Leucemia), pelos extratos hexânico e acetato de etila. A inibição frente à linhagem NCI-H-292 (Carcinoma de pulmão) foi moderada para ambos os extratos. Sugere-se então, que a inibição do crescimento tumoral do extrato hexânico de Hyptis pectinata esteja associada com a presença de estruturas terpênicas, enquanto o potencial de inibição do extrato acetato de etila, sugere-se que haja um sinergismo entre os compostos fenólicos e os terpenos. Com relação à avaliação do potencial anti-inflamatório, todos os extratos reduziram substancialmente os níveis de NO em todas as concentrações testadas, quando comparados aos resultados obtidos pelos macrófagos controles, apresentando inibição crescente, conforme foram aumentadas as concentrações. Os resultados obtidos neste estudo referente à espécie Hyptis pectinata, comprovam cientificamente algumas propriedades conhecidas pela medicina popular e fornecem perspectivas quanto aos futuros estudos envolvendo a espécie.