Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
JANDÚ, Jannyson José Braz |
Orientador(a): |
CORREIA, Maria Tereza dos Santos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38112
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Resumo: |
Historicamente, as doenças infecciosas são as principais causas de mortalidade e morbidade e refletem em alto impacto social e econômico em todo o mundo. O fenômeno da resistência microbiana é um fator importante para a alta prevalência dessas infecções e reduz exponencialmente as estratégias de tratamento disponíveis. Nesse contexto, há uma necessidade urgente de buscar novas abordagens terapêuticas, sendo a imunoterapia um meio eficaz de combate a essas doenças. Neste sentido, este trabalho aborda o efeito de lectinas de plantas como possíveis ferramentas imunomoduladoras para melhorar a resposta imune do hospedeiro contra microrganismos patogênicos. Cryptococcus gattii é um dos principais agentes infecciosos da criptococose em indivíduos saudáveis, mas também afeta indivíduos imunossuprimidos. Para o tratamento da infecção, drogas antifúngicas isoladas ou em combinação são usadas, no entanto, devido a toxicidade dessas drogas e o aumento de cepas resistentes impulsiona essa busca por terapias que sejam eficientes. Na revisão da literatura, observou-se que in vitro as lectinas possuem ações antimicrobiana e imunorreguladora, bem como em modelos experimentais in vivo, aumentando a sobrevida de camundongos sob desafio microbiano, seja profilaticamente ou terapeuticamente. Desta forma, o efeito de pCramoll, uma lectina imunorreguladora extraída de sementes de Cratylia mollis Mart [planta endêmica de Caatinga (região semi-árida do Nordeste)], foi demonstrado em modelo de infecção intratraqueal por Crytococcus gattii. No desafio microbiano projetado, a infecção por C. gattii e os tratamentos propostos (pCramoll 1ug / dose isoladamente ou em associação com fluconazol 200 mg.kg-1), foram analisados parâmetros como carga fúngica nos órgãos-alvo e a quantificação nos níveis dos fatores inflamatórios envolvidos na doença. O tratamento com pCramoll aumentou in vitro a fagocitose de C. gattii pelos macrófagos medulares após 3h de incubação, associada à alta produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, e diminuiu a taxa de proliferação fúngica intracelular. In vivo, pCramoll isoladamente ou em combinação com fluconazol aumentou a sobrevida e melhorou a morbidade dos animais infectados, com benefícios em aspectos como (estado neuropsiquiátrico, comportamento motor, função autonômica, tônus e força muscular e função reflexa / sensorial), modulando os níveis de IFNγ, IL-6, IL-10 e IL-17 e o infiltrado inflamatório durante o processo infeccioso. Diante desse potencial imunorregulatório apresentado pelo pCramoll na luta contra a criptococose, observou-se a influência da lectina no tratamento da infecção por C. gattii em camundongos após imunossupressão iatrogênica sob a combinação de Ciclofosfamida 200 mg.kg-1 e 5-Fluoroacil 150 mg. kg-1, o tratamento com pCramoll reduziu a carga fúngica nos pulmões e cérebros dos animais e, consequentemente, aumentou a taxa de sobrevivência (100% de sobrevivência) dos animais imunossuprimidos em comparação com os imunossuprimidos, infectados e não tratados. Portanto, foi possível demonstrar que o uso de lectinas de plantas, como o pCramoll, são ferramentas promissoras no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas baseadas em imunomoduladores no combate a microrganismos infecciosos de difícil controle antimicrobiano, como os agentes da criptococose C. gattii. |