Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
BOAVIAGEM, Karinna Moura |
Orientador(a): |
NOGUEIRA, José Ricardo Bezerra |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Gestao e Economia da Saude
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38585
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Resumo: |
Os transtornos depressivos além de provocarem impactos negativos diretos na saúde, também são responsáveis por impor fardos substanciais à sociedade, inclusive econômicos. No Brasil, a depressão foi considerada uma das doenças crônicas mais frequentes, atingindo 7,6% da população. Em relação ao tratamento da depressão, os antidepressivos têm se mostrado eficazes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o acesso a medicamentos psicotrópicos para pessoas com doenças mentais oferece a chance de melhoria na saúde e a oportunidade de reengajamento na sociedade. No Brasil, embora o acesso a medicamentos seja considerado alto, desigualdades socioeconômicas ainda são observadas. Tendo essas questões em vista, o objetivo do presente trabalho é analisar o uso e o acesso a antidepressivos no Brasil, segundo as macrorregiões, as condições demográficas, sociais e econômicas e a percepção da saúde. Esse objetivo foi alcançado por meio da análise dos microdados reportados na Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (Pnaum 2013/2014), que, por sua vez, avaliou a utilização e o acesso a medicamentos pela população brasileira residente na zona urbana. A presente pesquisa é um estudo observacional, de corte transversal, descritivo, analítico, de base populacional e com abordagem quantitativa. Foram consideradas como variáveis independentes: sexo, idade, região do Brasil, classificação econômica, situação conjugal, raça, escolaridade e plano de saúde. Para a análise da percepção da saúde foram consideradas a limitação causada pela depressão e a percepção da autoavaliação da saúde. O processamento computacional realizou-se por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), sendo o estudo dividido em duas etapas: uma de análise descritiva e outra de análise estatística. Regressões logísticas (univariada e multivariada) foram utilizadas para investigar os fatores associados ao uso e ao acesso de antidepressivos, utilizando, como medida de associação, a razão de chances (odds ratio). Os resultados demonstraram que há uma alta prevalência de uso de antidepressivos nos indivíduos portadores de depressão no Brasil. O perfil de uso desses medicamentos foi idêntico ao perfil de acesso por meio da farmácia pública do SUS: indivíduos do sexo feminino, entre 20 e 59 anos, brancos, da Região Sudeste, da classe econômica D/E, com nível médio de escolaridade, em uma situação conjugal, sem cobertura de plano de saúde, sem limitações derivadas da depressão e que autoavaliaram a saúde como regular. A idade demonstrou associação positiva tanto para o uso quanto para o acesso a antidepressivos. Além disso, os outros fatores demográficos e socioeconômicos que mais se associaram ao uso dos antidepressivos foram o sexo e a região do Brasil. Em relação ao acesso, o plano de saúde e a classificação econômica demonstraram uma forte associação. Considerando a alta prevalência de depressão e a sua contribuição para a carga global de doenças, estudos que tratam dessa temática são de extrema valia. A partir do conhecimento das necessidades da população em cuidado, podem-se traçar políticas públicas estratégicas visando derrubar as barreiras de acesso aos antidepressivos e priorizar o uso racional desses medicamentos garantindo a atenção integral ao usuário. |