Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
BARBOSA, Taciana Martins |
Orientador(a): |
PÉREZ, Carlos Daniel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16482
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Resumo: |
O octocoral Carijoa riisei é um cnidário colonial que possui ampla distribuição geográfica no Oceano Atlântico Sul, Caribe, Pacífico e Indo-Pacífico. Com intuito de conhecer a estrutura e a conectividade das populações da espécie, abordagens diferentes foram realizadas. Em pequena escala geográfica espacial (6-125 km) a partir de diferentes ambientes (recifes costeiros, naufrágios e estuários) da costa de Pernambuco (Brasil), análises do DNAmt, morfológicas e reprodutivas foram realizadas. Verificou-se que houve variação morfológica em 10 dos 11 caracteres morfológicos avaliados quando comparadas as localidades estudadas. No entanto, não há diferenciação genética entre as sete populações estudadas devido ao alto fluxo gênico, indicando que a espécie em Pernambuco consiste em uma população panmítica. Portanto, a alta variabilidade morfológica de C. riisei encontrada neste estudo é devido à plasticidade fenotípica em resposta às mudanças ambientais e não ao acúmulo de diferenças genéticas devido à interrupção do fluxo gênico entre as populações. Para análise em grande escala geográfica espacial (108-2781 km), o exame da conectividade genética por meio do DNAmt foi realizado em populações do Atlântico Sul/Brasil e comparado com resultados encontrados de outras regiões do Atlântico (Leste e Norte) e do mundo (Pacífico/Havaí e Indo-Pacífico). Estruturação genética foi observada em duas das seis populações estudadas no Atlântico Sul/Brasil. Contudo, foi verificado fluxo gênico suficiente para conectar todas as populações, tanto dentro do Atlântico Sul, como entre as populações desta região com as demais. O Atlântico Sul apresentou a maior diversidade genética entre todas as regiões do Atlântico estudadas. Quando a comparação é realizada entre as regiões geográficas do mundo, a maior diversidade genética foi encontrada no Indo-Pacífico e a menor no Atlântico Norte. De acordo com esses resultados e aliado com o que existe na literatura, encontra-se suporte à ideia de que C. riisei é nativa do Indo-Pacífico. A conectividade genética das populações em organismos sésseis é alcançada pela dispersão larval. Este estudo descreve pela primeira vez a embriogênese, desenvolvimento e assentamento larval de C. riisei. Foram recolhidas colônias na costa norte de São Paulo, Brasil e mantidos vivos em aquários. Através da observação direta, verificou-se que a liberação dos gametas predominantemente ocorreram entre 05h00-10h00. A fertilização é externa e os ovos fertilizados tem um diâmetro médio de 403 ± 6,0 μm, apresentando geralmente flutuabilidade positiva. As clivagens são superficiais, o primeiro ciclo de divisão ocorre perto de 3h30-5 h após a liberação dos gametas. A divisão citoplasmática é rápida (15-20 min), facilmente visível nas fases de 16 e 32 células. As larvas plânulas são formadas entre 27-36 h após a liberação dos gametas; podem nadar por toda a coluna dágua e atingir 1,8 mm de comprimento. As plânulas assentam entre 10-18 dias após a liberação dos gametas. O pólipo primário é translúcido, e os tentáculos emergem como oito pequenos botões arredondados. Portanto, a espécie tende a ter um potencial de dispersão de longa distância, que aliado ao nível considerável de variação morfológica (que favorece a adaptação da espécie em condições ecológicas heterogêneas) e a conectividade ocorrendo entre populações em pequena e grande escala geográfica espacial, auxiliam a compreender a ampla distribuição deste octocoral. |