Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Souza, Fabiana Ferreira Nascimento de |
Orientador(a): |
Nardi, Fabiele Stockmans de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11243
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Resumo: |
Este trabalho examina, tendo como referencial teórico a Análise do Discurso pecheuxtiana, o funcionamento discursivo do Jornal Igreja Nova. O referido periódico surgiu como um espaço alternativo, não institucional, para que leigos e leigas da Igreja Católica pudessem manifestarse contra as ações das alas conservadoras da Igreja. O discurso do Jornal, que se declara alinhado com a Teologia da Libertação, reverbera os preceitos progressistas, que tiveram espaço institucional a partir da realização do Concílio Vaticano II. A fim, portanto, de analisar o funcionamento discursivo do Jornal Igreja Nova, observando, também, como o discurso da Teologia da Libertação se inscreve neste discurso, dividimos o nosso trabalho em quatro capítulos: o primeiro se propõe a discorrer sobre as posições oficiais da Igreja, seus dogmas e preceitos institucionais, para que compreendamos o posicionamento da Teologia da Libertação como a que se propõe a mudar paradigmas eclesiais. Ainda nesse capítulo, enfocamos, especificamente, o conflito sócio-político-religioso que se instalou quando houve a saída de Dom Hélder Câmara e a chegada de Dom José Cardoso Sobrinho na Arquidiocese de Olinda e Recife – este representando os conservadores; aquele, os progressistas. No segundo capítulo, tratamos dos pressupostos teóricos que dão suporte às análises, enfocando os principais conceitos nelas mobilizados, tais como: Formação discursiva; Formação ideológica; Sujeito e Memória discursiva. O terceiro capítulo contribui com a dissertação, ao apresentar o nosso corpus discursivo, evidenciando quais foram as condições de produção do discurso do Igreja Nova. O quarto e último capítulo traz, efetivamente, as análises de sequências discursivas extraídas do Jornal. Pudemos concluir, a partir de tais análises, que o discurso do Igreja Nova se constrói na contradição entre o desejo de ser Igreja e o de construir a Igreja desejada, pois, embora se alinhe com os preceitos fundamentais da Igreja Católica oficial, sacralizando a hierarquia e reconhecendo a santidade papal, atribui à Igreja a obrigação de se envolver nas lutas sociais, entendendo este ato como o “ide” de Jesus Cristo. Esta característica é uma das marcas do “Novo Jeito de ser Igreja”, tão exaltado pelos que fazem o Jornal, que, além disso, luta pelo respeito ao papel desempenhado, na Igreja, pelos pobres, mulheres, leigos e padres casados, evidenciando, assim, a presença de outra posiçãosujeito, que se contrapõe à Forma-Sujeito da FD religiosa católica, trazendo dizeres de outros lugares para dentro de tal FD. Como nunca deixarão de existir as contradições – características inerentes a qualquer discurso −, vemos que estas se fizeram presentes no discurso do Igreja Nova de diferentes formas, indo, por exemplo, de encontro ao engajamento do Jornal, na sua opção preferencial pelos pobres, ao deixar entrever, em seu discurso, o discurso burguês. Em suma, esta dissertação analisa a constituição do discurso do Jornal Igreja Nova na intersecção entre a busca pela libertação e seu encerramento na instituição católica, assim como as diversas posições-sujeito que se constituíram nesse discurso, mostrando como saberes, advindos de outros lugares, podem interferir nas diversas maneiras de se conceber o “ser Igreja”. |