Avaliação clínica e molecular das microcalcificações mamárias BI-RADS® 4 e 5

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: FERREIRA, Nancy Cristina Ferraz de Lucena
Orientador(a): MARTINS, Danyelly Bruneska Gondim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34444
Resumo: Câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres, com redução da mortalidade em lesões iniciais. Radiologicamente, microcalcificações suspeitas podem estar associadas a achados histológicos como lesões proliferativas com e sem atipias, e Carcinoma Ductal In Situ. Na atualidade, biopsias percutâneas e a vácuo permitem correlação anatomoradiológica e identificação de lesões precursoras, a as de risco para câncer. Nenhum biomarcador foi estabelecido para prever o câncer em mulheres diagnosticadas com doença benigna mamária e identificá-los poderia melhorar a capacidade de estratificar o risco individual das lesões benignas para câncer. O receptor do fator de crescimento derivado de plaquetas A (PDGFRA) tem papel em oncogênese, angiogênese e metástases tumorais, e sua ativação é encontrada em alguns tipos de câncer. Por outro lado, padrões de metilação do DNA são modificações iniciais no desenvolvimento do câncer que podem ser úteis para detecção precoce do câncer, sendo regulado por uma família de enzimas conhecidas como DNMTs (DNA metiltransferases). O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil clinico e molecular das mulheres portadoras de microcalcificação mamária BI-RADS 4 e 5. Para tanto, foram realizadas análises estatísticas em relação ao perfil de 37 pacientes com microcalcificações mamárias; e determinados os níveis de expressão gênica do PDGFRA, DNMT1 e DNMT3a em tecido parafinado. Os dados de expressão gênica forma comparados com os dados de 26 pacientes com câncer de mama (tecido fresco em RNAlater), todas atendidas no ambulatório de mastologia do Hospital Barão de Lucena. Aspectos anatomoradiológico foram avaliados juntamente com achados clínicos e calculadas as frequencias percentuas. Os níveis de expressão gênica do PDGFRA e das DNMTs (DMNT3a) foram determinados por PCR quantitativa (qPCR), utilizando a β-actina como gene de referencia. Entre as pacientes com microcalcificação mamária, a média de idade das pacientes foi 55,9 anos, com etnia branca predominante (p<0,014). A maioria tinha filhos (p<0,001), amamentou (p<0,001) e a média de idade da menarca foi de 13 anos. Os subgrupos que apresentaram maior significância estatística foram pacientes com a classificação BI-RADS® na categoria 4 (67,6%) e achados histológicos de lesão não proliferativa (p<0,001). As lesões do tipo Carcinoma Ductal In Situ (100%) apresentavam Receptor de Estrógeno e Receptor de Progesterona positivos, e 94,6% foram submetidas à cirurgia de setorectomia por agulhamento prévio (p<0,001). A mama mais acometida foi a esquerda (62,2%) e o quadrante mais afetado foi o superior lateral 59,5% (p<0,001). Não havia história familiar em 83,8%. Nas amostras de microcalcificação testadas, não foi possível observar a expressão de PDGFRA e DNMT1. Em contrapartida, 15 dos 37 pacientes com microcalcificações avaliados apresentaram expressão de DNMT3a, com níveis maiores do que aqueles encontrados em tecidos de câncer de mama Luminal e Triplo Negativo. Os dados do presente estudo demonstram a necessidade de melhoria na descrição dos subgrupos do BI-RADS 4 para permitir uma melhor conduta clínica. O presente estudo demonstrou o potencial de estudo das DNMTs em amostras de calcificação como uma forma de compreensão do papel destas moléculas no desenvolvimento do câncer e do potencial de evolução das microcalcificações para câncer de mama.