Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
LUCENA, Camila da Silva |
Orientador(a): |
SOTTILI, Fabiele Stockmans De Nardi |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51429
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo geral analisar ressonâncias político-discursivas da/na integração escolar dos migrantes/refugiados venezuelanos em Igarassu/PE e suas possíveis implicações na narrativa da subjetividade desta juventude migrante. Em 2018, a chegada do novo perfil de alunos para as escolas públicas das cidades da região metropolitana do Recife, despertou-nos o alerta de que as escolas, neste momento, não estavam preparadas para tal inserção. Esse cenário, acompanhado pelas condições de produção no plano político brasileiro em 2018, provoca-nos a buscar como foi o tratamento que as crianças e os jovens venezuelanos, chegados ao Brasil na condição de refugiados, e suas famílias, estão recebendo nas escolas. Inicialmente, acompanhando esta questão a partir de sua repercussão no espaço virtual, entendemos que a chegada de venezuelanos no Brasil não é só considerada como uma causa humanitária, mas também extremamente política. Por isso, o interesse e a necessidade de avaliar as ressonâncias político-discursivas da integração escolar dos venezuelanos no Brasil. Levando em consideração os processos de subjetivação e identificação, acreditamos que trazer para discussão as ressonâncias político-discursivas do processo de integração escolar dos migrantes/refugiados venezuelanos nos permitiram entender como a construção de um imaginário sobre o espaço de refúgio e o sujeito migrante/refugiado tem consequências diretas no ensino de línguas, posto que, com o contato, podemos identificar o que a mudança de língua, ou o uso duplo, isto é, o uso atravessado de línguas diferentes em condições e dizeres diferentes, nos diz discursivamente em termos de efeitos de sentidos, o que nos permitirá entender o que significa ensinar línguas no contexto de migração. O primeiro movimento de análise se fez em torno das condições de produção da chegada dos venezuelanos ao Brasil, recuperando o contexto político-histórico que culminou com a crise na Venezuela e como isso repercute no Brasil, a partir de comentários de leitores no espaço virtual; em seguida, realizou-se um trabalho de cunho etnográfico na escola, a partir do qual selecionamos as sequências discursivas para as análises sobre a constituição da subjetividade dos alunos migrantes/refugiados na escola; logo, iniciamos entrevistas com professores; e, por fim, realizamos a oficina de desenho e texto com crianças e adolescentes venezuelanos, sendo essas duas últimas etapas objetos da análise principal desta pesquisa. Como resultado, encontramos o funcionamento do discurso sobre o(a) migrante/refugiado(a) venezuelano(a) e o do discurso do(a) migrante/refugiado(a) venezuelano(a). O primeiro funcionamento caracteriza o(a) aluno(a) venezuelano(a), é um padrão estereotipado, interdita sua língua, cultura e memória e impõe uma forma de atuar para ser aceito. Já o segundo funcionamento, através do que designamos como reapropriação discursiva, mostra as formas de resistências dos sujeitos venezuelanos na/pela linguagem. Por fim, defendo a criação de espaços de escuta ativa e sensível para permitir a reapropriação do discurso e a resistência de vozes dos(as) migrantes/refugiados(as) venezuelanos(as) através de uma perspectiva intercultural e decolonial. |