Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
BÉLO, Pétrius da Silva |
Orientador(a): |
OLIVEIRA, Édison Vicente |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Arqueologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19063
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Resumo: |
Sítios com interação homem-megafauna no Brasil são raros, bem como no restante da América do Sul. Muitos estudos publicados até hoje têm focalizado e discutido evidências de sítios do extremo sul do continente como, Monte Verde, no Chile e Los Toldos, na Argentina ou do extremo norte, no caso do sítio Taima-Taima, na Venezuela. Um dos mais importantes sítios escavados no Brasil está situado na Área arqueológica do Parque Nacional Serra da Capivara-PI, a “Toca da Janela da Barra do Antonião” –um abrigo sob-rocha com significativo registro da megafauna em associação estratigráfica com artefatos líticos. Vale ressaltar que nele foram encontrados fósseis com determinados padrões de fraturas e marcasde corte. Embora tenha sido escavado entre as décadas de 1980 e 1990 do século passado, alguns de seus resultados ainda são inéditos. Este trabalho objetiva estudar as marcas em ossos da megafauna em uma perspectiva de corroborar ou falsear a interferência humana na história tafonômica desses espécimes. Os fósseis com marcas de corte foram coletados em associação espacial com artefatos líticos, em um depósito cárstico utilizado como abrigo.Os táxons aqui estudados incluem: Eremotheriun, Catonyx, Notiomastodon, Hippidion, c.f Macrauchenia, Paleolama eToxodon–alguns destes apresentam marcas do tipo sulcos com secções em “V” com microestrias internas, localizadas próximas às zonas de articulações; além disso, são registrados padrões de fraturas do tipo espiral e irregular. A metodologia do trabalho consistiu em análise tafonômica em escala microscópica por meio de lupa binocular, microscópio eletrônico de varredura, fotografia digital e software específico, com o intuito de encontrar assinaturas tafonômicasque possam indicar que as marcas encontradas são de natureza antrópica, resultante da atividade de abate destes animais. Em análise preliminar foram identificadas marcas de corte paralelas encontradas em um úmero do gênero Hippidion, escavado no setor A, Nível IV. Estas marcas apresentam coloração e morfologia que indicam uma origem anterior ao processo de fossilização. Este espécime apresenta um padrão de fratura que sugere que ele foi fraturado antes dos processos diagenéticos, enquanto o osso ainda preservava sua elasticidade. A discussão sobre este tipo de vestígio está relacionada à validade das associações estratigráficas entre artefatos e fósseis, ao agente causador das marcas e se, de fato, ocorreu interferência antrópica na formação da assembleia. Sendo assim, com base no estudo tafonômico microscópico dos vestígios encontrados, pode-se afirmar que as alterações nos ossos foram elaboradas por populações pré-históricas que ocuparam este abrigo durante o final do Pleistoceno e início do Holoceno. |