Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
BELO, Edney Alexandre de Oliveira |
Orientador(a): |
LIMA, Stella Virginia Telles de Araújo Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42329
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Resumo: |
Este trabalho apresenta uma descrição da morfossintaxe do Hahãintesu, uma das línguas que compõem a família linguística Nambikwára, ramo do sul, e que é falada pelo povo Manairisu, habitante do Território Indígena Vale do Guaporé, localizado na região oeste do Estado do Mato Grosso, Brasil. A coleta dos dados, transcrição e análise foram realizadas nos anos de 2017, 2018 e 2019, in loco, resultando num total de, aproximadamente, 250 horas de gravações de áudios e coleta de material escrito. A língua Hahãintesu é polissintética, o que a caracteriza, entre outras coisas, por sua enorme capacidade de agregar, nas raízes verbais e nominais, uma grande quantidade de morfemas, na forma de afixos, muitos dos quais, em outras línguas, existem apenas como palavras livres. O objetivo maior deste estudo foi, portanto, descrever os tipos de afixos lexicais e gramaticais que operam no interior de cada uma das cinco classes de palavras identificadas para a língua e observar que funções eles exercem. O trabalho investigou, ainda, a ordem dos constituintes através de sua distribuição no interior da cláusula e os tipos de cláusulas que a língua dispõe. Além disso, um trabalho preliminar de descrição da fonologia do Hahãintesu também foi realizado. A análise e descrição foram feitos com base nos pressupostos teóricos da tipologia funcional moderna, sobretudo os apoiados na corrente norte americana. Trabalhos realizados por outros linguistas que se dedicaram aos estudos de línguas Nambikwára também foram fundamentais para o estabelecimento de uma análise descritiva e comparativa mais segura. Em linhas gerais, o estudo verificou cinco classes de palavras para a língua e, com poucas exceções, identificou e descreveu seus principais componentes. O estudo da sintaxe permitiu compreender os principais tipos de cláusulas verificados e como os componentes são distribuídos em seu interior. A apresentação de um quadro dos segmentos vocálicos e consonantais, da sílaba, e do suprassegmento tonal, no entanto, foi preliminar e merece maior atenção para uma investigação futura mais acurada. Espera-se, por fim, que a língua Hahãintesu possa ser melhor conhecida e receba mais atenção por parte das autoridades que se ocupam da preservação de línguas em risco. Considera-se que um trabalho deste tipo possa interessar outros pesquisadores e professores a se ocuparem da tarefa de confeccionar material didático específico para fins da alfabetização dos Manairisu, em língua materna, pois, a escrita é uma ferramenta a mais para que seus falantes não percam, como tantos outros povos indígenas do Brasil, a capacidade de pensar o mundo em sua própria língua. |