Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
CAGLIARI, Jacqueline Lorrane Brugalli Chagas |
Orientador(a): |
PINHEIRO, Marina Assis |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39272
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Resumo: |
Os estudos sobre a criatividade requerem o reconhecimento da dimensão estética da experiência representada por registros subjetivos e transformadores da realidade. Entende-se por criatividade o processo através do qual o sujeito transforma os limites do real por via dos sentidos que lhes são próprios, únicos, e ao mesmo tempo co-autorados pelas outridades que participam das perspectivações de ênfase antecipatória na ação criativa. A investigação proposta se configura como um estudo exploratório, de caráter ideográfico, voltada para a dinâmica criativa no contexto de oficinas terapêuticas com enfoque na experiência de um oficineiro em um serviço de Saúde Mental. Os principais aportes teóricos deste estudo são os seguintes autores: Glǎveanu, a partir da reflexão acerca dos conceitos utilizados na Teoria dos 5 A’s – ator, audiência, ação, artefato e affordance; acerca da relação euoutro e o excedente de visão proposto por Bakhtin; e Zanella e Pinheiro como autoras contemporâneas que indicam aspectos relevantes sobre a dinâmica da ação criativa e da estética. Além disso, será levantada à proposta vygtskyana sobre a afetividade presente no ato criativo, entendendo-se certa face afetivo-cognitiva, bem como, cultural-simbólica, implicada fundamentalmente na criatividade. É neste contexto que a presente dissertação tem como objetivo acessar e elaborar conceitualmente como se dá a dinâmica própria à relação eu-outro participante da ação criativa na relação do profissional de saúde mental face às outridades participantes da atividade oficineira tais como a técnica, usuários, a saúde mental e a instituição, que estarão presentes no planejamento e desenvolvimento da oficina terapêutica. A metodologia incluiu uma análise dialógica que buscou a captura das perspectivações através de entrevistas semi-estruturadas realizadas com o profissional planejador de oficinas terapêuticas bem como o acompanhamento de uma oficina e sua avaliação exploratória acerca da emergência do novo. Deste modo, foram analisadas as ambivalências discursivas, as tensões e os efeitos de significação gerada nos participantes ali presentes e que estavam implicadas no processo criativo, considerando três polaridades implicadas na dinâmica estéticocriativa da atividade oficineira: o ator, a técnica e as outridades. A partir desta análise, entendeu-se que os enunciados produzidos pelo psicólogo estavam focados, predominantemente, em aspectos relativos à emergência do novo que surgiu na atividade oficineira como inesperado, imprevisível, eventicidade e neutralizado, em termos de seu impacto. Deste modo, a criatividade na oficina terapêutica estaria voltada para o surgimento do novo como um fenômeno distribuído, dialógico e social composto de uma irreversibilidade no tempo, de uma afetividade e singularidade existentes no contexto da ação do profissional que se mostra diversa em cada planejamento, execução e reconstrução da oficina proposta. |