Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
BEZERRA, Diana de Oliveira |
Orientador(a): |
ALVES, Sandra Valongueiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Saude Coletiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31820
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Resumo: |
Ao longo dos anos, o modelo de assistência à gestação e ao parto vem sofrendo transformações no Brasil. Com o avanço da medicina, as mulheres, que antes eram consideradas protagonistas daquele momento, passaram a ser vítimas de um modelo de parto medicalizado. A atenção ao parto se transformou em ato médico, centrado no hospitalar, com crescente nível de intervenções. Como consequência, o Brasil tornou-se um dos países com maior ocorrência de cesarianas no mundo, que remete a um cenário de padronização do nascimento, desconsiderando aspectos culturais das mulheres. A diversidade sociocultural, econômica e epidemiológica que caracteriza o universo feminino brasileiro configura-se ainda um grande desafio enfrentado pelas políticas do governo. As mulheres indígenas compõem uma parte dessa população culturalmente diferenciada que demanda a criação de uma política de saúde adequada aos múltiplos contextos étnicos dos quais elas fazem parte. Este estudo teve como objetivo analisar o modelo de assistência ao parto em mulheres indígenas no período de 2008 a 2015 em Pernambuco. Tratou-se de um estudo descritivo em que inicialmente foi realizada uma pesquisa documental sobre modelo de assistência ao parto entre mulheres indígenas no Brasil. Em seguida, foram analisadas as informações contidas na Planilha de Nascimentos do DSEI/PE e complementados com dados do SINASC/PE entre os anos de 2008 e 2015. A pesquisa documental mostrou inexistência de ações e políticas específicas para as mulheres indígenas durante o período gravídico-puerperal. Em relação atenção obstétrica, verificou-se uma média de 700 nascimentos ao ano, destacando-se as etnias Pankararu (21%) e Xukuru do Ororubá (21%) com maior número de nascimentos no período. Predominam (76%) as mulheres com idade entre 20 e 39 anos, 74% de parto vaginal, porém observou-se índice de cesariana (26%) acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Apenas 5% dos partos entre os anos 2008 a 2015 aconteceram nas aldeias. A escassez de políticas públicas de atenção ao parto respeitando as especificidades dos povos indígenas vem, ao longo do período também sofrendo mudanças, sendo essas influenciadas pelo modelo predominantemente hospitalar e medicalizado da população não indígena. |