Estados nutricional e inflamatório no pré-operatório e suas influências sobre a evolução clínica de pacientes cirúrgicos oncológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SILVA, Palena Cabral da
Orientador(a): ARAÚJO, Paulo Sérgio Ramos de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17796
Resumo: O câncer é uma das principais causas de morte no mundo. A desnutrição atinge aproximadamente 15-20% dos pacientes no momento do diagnóstico e até 80-90% em estágio avançado. O excesso de peso é um fator etiológico para diversos tipos de câncer. O tecido adiposo produz Proteína C Reativa (PCR). O tumor produz citocinas, especialmente interleucina 6, e essa é uma das principais precursoras da PCR levando a inflamação. O objetivo desse estudo foi avaliar o estado nutricional e inflamatório no pré-operatório e sua relação com o risco de desenvolvimento de complicações, tempo de internamento e desfecho clínico de pacientes cirúrgicos oncológicos. Estudo prospectivo, do tipo série de casos, realizado com mulheres adultas e idosas, admitidas no Hospital de Câncer de Pernambuco entre abril e outubro de 2015 para ressecção de neoplasia maligna. Os dados clínicos foram obtidos por consulta ao prontuário (data de nascimento, grau de escolaridade, histopatológico, tempo de diagnóstico, comorbidades, exames laboratoriais pré-operatórios, presença de complicação pós-operatória, tempo de internamento e desfecho clínico). A avaliação nutricional consistiu na aplicação da Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente (ASG-PPP), seguida da aferição das medidas antropométricas (peso, altura, circunferência da cintura – CC, circunferência do braço – CB e prega cutânea triciptal – PCT). A partir dessas medidas foram calculados o Índice de Massa Corporal (IMC), percentual de perda de peso (%PP) e Circunferência Muscular do Braço (CMB). Houve coleta de sangue para dosagem da albumina sérica e PCR ultrassensível (PCR US). A contagem total de linfócitos (CTL) e a albumina sérica foram utilizadas como parâmetros laboratoriais de avaliação nutricional. A presença de inflamação foi avaliada pelos níveis séricos de PCR US e o risco de complicações por meio da Relação PCR/albumina. Foi adotado o nível de significância de 5% para rejeição da hipótese de nulidade. Os dados coletados foram digitados e analisados estatisticamente no Programa Statistical Package for Social Sciences versão 13.0. O cálculo do intervalo de confiança foi realizado no Programa EPI INFO versão 7.1.5.2. A pesquisa foi iniciada após autorização do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos e as pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Participaram da pesquisa 122 pacientes, porém 15 tiveram a cirurgia cancelada, totalizando uma amostra com 107 pacientes. Sessenta e oito mulheres (63,6%) apresentaram risco de complicações pela Relação PCR/albumina. O IMC, a CB e a PCT todos na faixa de excesso, apresentaram associação com o risco de complicação (p 0,003; 0,008; 0,003, respectivamente). A relação PCR/albumina apresentou correlação positiva com o IMC, CB, PCT, CMB e CC (p 0,000; 0,000; 0,000; 0,027; 0,000, respectivamente). Resultado similar à PCR US, exceto para a CB que apresentou correlação negativa (p 0,000). O tempo de internamento apresentou correlação positiva com a CMB e ASG-PPP e negativa com a CTL (p 0,047; 0,035; 0,047, respectivamente). Nesse estudo houve alta prevalência de excesso de peso e obesidade abdominal. As pacientes com excesso de peso apresentaram maior risco de complicações e quanto maior os níveis de gordura maior a inflamação. As pacientes desnutridas passaram mais tempo internadas.