Antecologia de podostemaceae em ecossistemas aquáticos associados à floresta atlântica nordestina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: LEITE, Marcelo Sobral
Orientador(a): MACHADO, Isabel Cristina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11855
Resumo: Dentre os grupos funcionais de angiospermas, as plantas aquáticas apresentam ampla diversidade de estratégias reprodutivas e de polinização. A escassez de pesquisas, no entanto, impossibilita a visualização de padrões. Podostemaceae se destaca entre as aquáticas menos conhecidas quanto a esse aspecto. Referências clássicas postulam que variações morfo-estruturais das flores repercutem nos sistemas de polinização, sendo Podostemoideae entomófilas e Tristichoideae anemófilas e autógamas. Nossos objetivos foram rever na literatura informações sobre os aspectos reprodutivos e de polinização em Podostemaceae, respondendo às questões: (1) quantas espécies têm inferências sobre sistemas reprodutivos e de polinização?; (2) quais são seus visitantes florais?; e (3) tipos de estratégias reprodutivas e mecanismos de polinização caracterizam subfamílias ou regiões geográficas? Encontramos informações para 73 espécies de 28 gêneros das duas subfamílias, sendo 68 espécies e 23 gêneros pertencentes a Podostemoideae e cinco espécies e cinco gêneros a Tristichoideae. Apinagia (11 spp.), Ledermanniella (8 spp.), Rhyncholacis (6 spp.) e Zeylanidium (5 spp.), tendo Cladopus, Marathrum e Polypleurum (quatro espécies cada) foram os genêros com mais informações. Trinta e duas espécies (43.8%) apresentaram dados sobre sistema de polinização. Apinagia glaziovii, A. richardiana A. riedelii, Apinagia sp., L. quangensis, M. rubrum, Mourera fluviatilis e D. ceylanica foram consideradas ambófilas. Encontramos 24 insetos visitantes florais entre espécies (16), gêneros (13) e famílias (7) pertencentes a quatro ordens: Coleoptera, Diptera, Hymenoptera e Odonata. Reunidas estas informações chegamos as seguintes conclusões: (1) A variação na altura do androceu descrita para algumas spp. neotropicais - morfos florais “longistaminados” e “brevistaminados” - provavelmente favorece a polinização cruzada. (2) A ampla superficie recoberta por papilas estigmáticas exerceria função-chave na captação de grãos de pólen transportados pelo vento. (3) Espécies entomófilas apresentam características florais específicas (e.g. estames vistosos e chamativos e odor), assim como aquelas predominantemente anemófilas; (4) Os vários registros de mais de um sistema de polinização dentro de uma mesma espécie, indica que ambofilia seja estratégia relevante em Podostemaceae; (5) Contrastando com as demais famílias de plantas aquáticas, Podostemaceae utilizam estratégias reprodutivas e de polinização generalistas. Dentre as quais, a ambofilia e, possivelmente estratégias de cruzamento misto.