O que é mais sci-fi que Santo Domingo? : Macondo, McOndo e a Poética da Crioulização em A fantástica vida breve de Oscar Wao, de Junot Díaz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MORAIS, Maria Carolina Fernandes
Orientador(a): WALTER, Roland Gerhard Mike
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35548
Resumo: Este projeto tem o objetivo de evidenciar como A fantástica vida breve de Oscar Wao, romance de estreia do escritor dominicano radicado nos EUA, Junot Díaz, opera, pela via da crioulização, do teórico martinicano Edouard Glissant, o contato entre diferentes momentos identitários da América Latina: Macondo e McOndo. O estudo explora a possibilidade de que esse entrechoque, atravessado pela miríade de referências a narrativas de fantasia e ficção científica, traz resultados que diferem dos efeitos gerados pelo realismo maravilhoso e do realismo de classe média da trupe McOndo, dando um passo além. A partir da ideia da Maldição do Novo Mundo, ou fukú americanus, o trabalho acompanhará a trajetória de Oscar Wao e sua família, sujeitos diaspóricos que transitam entre os caminhos do Sul e do Norte Global buscando fugir dessa maldição ancestral, supostamente gerada no descobrimento do Novo Mundo. Por trás de sua máscara nefasta, porém, existe uma história de autoritarismo, estupro, apocalipse e devastação escondidos sob um escudo de normalidade que impede os personagens de enxergar os percalços de seu próprio destino. Ao atravessar as pontes entre Macondo e McOndo, o improvável herói Oscar Wao condensa seus poderes encantatórios e encontra na linguagem, nos personagens e temas da fantasia, da ficção científica e dos quadrinhos a chave para o enigma que assombra sua família dominicano-americana. Este trabalho defenderá que o resultado desse contato, que coloca diferentes epistemologias e modos de entender o mundo em Relação, põe em movimento um projeto de “descolonização do imaginário”, postulado pelo autor peruano Anibal Quijano.