Myxomycetes do folhedo de solo da Reserva Biológica de Pedra Talhada, Alagoas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: PARENTES, Jaíne Maria Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42869
Resumo: Myxomycetes (Amoebozoa, Eumycetozoa) são microrganismos frequentemente encontrados em ecossistemas terrestres. Nas florestas tropicais úmidas, como a Floresta Atlântica, o conhecimento sobre a diversidade e distribuição desses organismos no folhedo ainda é escasso. O presente trabalho aborda diferentes aspectos da mixobiota do folhedo de Floresta Atlântica, apresentados em três artigos. O primeiro trata da redescoberta de Hemitrichia leiocarpa no Brasil, coletada na Reserva Biológica de Pedra Talhada (RBPT) em Alagoas, após cinco décadas do seu primeiro registro em Pernambuco. São fornecidas atualizações sobre sua distribuição geográfica mundial, substratos e microhabitats e recomenda-se sua inclusão como na Lista Vermelha do Brasil, com base nos critérios da IUCN. O segundo artigo apresenta os primeiros registros de mixomicetos em folhedo de solo na RBPT, provenientes do cultivo de 1080 câmaras úmidas preparadas com amostras coletadas no fim da estação seca e início da estação chuvosa. Percentual de rendimento e pH dos cultivos foram avaliados. Plasmódios e esporóforos estavam presentes em 23,7% dos cultivos, foram obtidos 88 espécimes e 22 espécies (exsicatas no herbário UFP), representando os seguintes gêneros e famílias: Clastodermataceae (Clastoderma), Cribrariaceae (Cribraria), Didymiaceae (Diachea; Diderma; Didymium), Echinosteliaceae (Echinostelium), Liceaceae (Licea), Physaraceae (Craterium, Physarum), Stemonitaceae (Comatricha; Lamproderma; Macbrideola; Stemonitis; Stemonitopsis) e Trichiaceae (Arcyria; Hemitrichia; Metatrichia; Perichaena). O inventário trouxe 14 novos registros para Alagoas, elevando para 61 o número de espécies conhecidas para o estado. Perichaena longipes e Stemonitopsis gracilis são registradas pela primeira vez no Nordeste do Brasil e na Floresta Atlântica. Macbrideola spinosispora é o primeiro registro para o Brasil e Licea sp. provavelmente é um novo táxon. Apresenta-se uma chave de identificação para as espécies com ocorrência conhecida em Alagoas e uma lista comentada das espécies do folhedo da RBPT. No terceiro artigo apresenta-se a distribuição das 22 espécies nas camadas do folhedo em duas zonas com diferentes impactos antrópicos na RBPT. A diversidade de espécies foi maior na zona com maior impacto de antropização em relação à zona de menor impacto e ambas são taxonomicamente diversas. Mixomicetos ocorreram em todas as camadas do folhedo, com maior riqueza e abundância de espécies na camada humosa. Os dados obtidos ampliam o conhecimento sobre a microbiota da Floresta Atlântica e indicam que a mixobiota associada ao folhedo de solo da RBPT possui elevada diversidade de gêneros e espécies. O padrão de predominância das Trichiales e Physarales foi confirmado, porém não foi observada uma mixobiota característica para cada camada, como relatado para o folhedo de florestas tropicais.