Controle, Poder e o Desenvolvimento de Células de Operação em uma Indústria de Bebidas de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: STAMFORD, Paula Pester
Orientador(a): NEVES, Jorge Alexandre Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1178
Resumo: No fim dos anos 70, com a concorrência internacional da Europa e do Japão aos Estados Unidos, o modelo fordista entrou em declínio tanto por motivos econômicos quanto por exigência da classe trabalhadora. Esta, submetida a condições degradantes e alienadoras de trabalho decorrentes do trabalho mecânico e acelerado, se recusava a trabalhar, dando início a um movimento de evasão das fábricas, que comprometia a produtividade. O desemprego, oriundo do desenvolvimento tecnológico que buscava diminuir a dependência da mão-de-obra e a redução de custos , comprometeu o consumo em massa, levando a produção a se direcionar para um mercado mais elitizado que demandava produtos diferenciados. Estavam criadas as condições para o surgimento de novas formas organizacionais de trabalho que propiciassem maior flexibilidade e inovação na produção e um ambiente mais atrativo para os trabalhadores. Em resposta ao modelo mecanicista tradicional, surgiram modelos mais dinâmicos e participativos, adequados às exigências contextuais, denominados orgânicos . O modelo orgânico está associado a ambientes de mudanças rápidas. São assim chamados porque sua resposta a condições de alta complexidade e incerteza apresenta instâncias na qual a organização se torna um invertebrado, no lugar da estrutura rígida dos modelos mecanicistas (SCOTT, 1992). O seu funcionamento interno é baseado principalmente em trabalho em equipe e numa ligação de engajamento profundo com a sobrevivência e crescimento da organização. Apesar de esse novo modelo não estar ainda totalmente definido, um dos pontos que existem em comum entre todos que o aplicam é o uso do trabalho de equipes. Este trabalho trata de um estudo de caso sobre a variação da estrutura de poder e controle organizacional relacionada ao nível de maturidade de equipes semi-autônomas de produção em uma indústria de bebidas em Pernambuco. A coleta de dados se deu por meio de questionário estruturado aplicado a 100% das células de operação da indústria. A pesquisa caracteriza-se como seccional, sendo a análise de dados qualitativa, utilizando-se de análises univariadas, bivariadas e multivariadas, principalmente o modelo de correlação de Spearman. Os resultados encontrados suportaram as teorias pós-fordistas de produção de que o trabalho em equipe está relacionado ao desenvolvimento de um novo tipo de controle conhecido como cognitivo, ao mesmo tempo em que corroboram a visão de Burris (1989) de que todas os diferentes tipos de controle estão interligados e coexistem dentro de uma mesma organização. Finalmente, elaboraram-se, com base nos resultados finais, algumas recomendações gerenciais e acadêmicas