Status hídrico de solo e planta em ambiente semiárido associado com a interceptação pluvial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: AMORIM, Laerte Bezerra
Orientador(a): SALCEDO, Ignacio Hernán
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10269
Resumo: A precipitação pluvial é quase sempre a única fonte de abastecimento de água em zonas áridas e semiáridas tropicais e, portanto, desempenha um papel relevante na sustentabilidade dos ecossistemas. A escassez e a irregularidade da distribuição pluvial provoca sério estresse hídrico nas plantas, afetando a produção de biomassa e a perpetuação das espécies, sobretudo as menos adaptadas às condições áridas e semiáridas. Em meio a essa problemática, foram realizadas duas investigações, de fevereiro de 2011 a junho de 2012, uma que avaliou a partição das chuvas (interceptação pelas plantas e precipitação efetiva) e sua influência no armazenamento de água no solo em áreas de caatinga e de capim-buffel (Cenchrus ciliaris) e outra que avaliou o potencial hídrico do xilema (Ψw) na antemanhã (Ψwa) e diurno (Ψwd) do Croton blanchetianus (marmeleiro), Poincianella pyramidalis (catingueira) e Mimosa ophthalmocentra (jurema-de-imbira) ao longo de diferentes estádios fenológicos, quantidades de água armazenada no solo e demandas evaporativas. As interceptações pluviais foram medidas em áreas de caatinga raleada, caatinga densa e de capim-buffel. A intensidade pluviométrica variou de 0,2 a 85 mm h-1 (n=714) com 55% dos eventos chuvosos entre 0,2 e 1 mm h-1.O total pluvial acumulado livre de interceptação foi de 1.060 m, desse montante, 87% atingiram de forma direta (sem interceptação) a superfície do solo na caatinga raleada, 81% na caatinga densa, 61% no C. ciliaris e 40% na caatinga densa com bromélias. Esses diferentes volumes de entrada de água no solo provocaram diferentes armazenamentos de água nas camadas de 0-10, 10-20 20-30 e 30-40 cm de solo. A secagem da água armazenada em termos proporcionais em 0-40 cm de solo foi maior na caatinga densa (média da área com e sem bromélias), seguida da caatinga raleada e da área com C. ciliaris. O decréscimo mais lento da água armazenada na área de capim-buffel em relação à área de caatinga pode está relacionado com o menor consumo de água dessa gramínea e a evaporação de água no solo, e a alta adaptação do C. ciliaris à escassez hídrica. As medidas de estresse hídrico das espécies da caatinga, nesse estudo mensurado pelo Ψw usando o método da câmara de pressão de Scholander, variaram na antemanhã de -0,10 a -2,23 MPa em C. blanchetianus, de -0,23 a -2,31 MPa em P. pyramidalis e de -0,32 a -3,65 MPa em M. ophthalmocentra. No período diurno o Ψwd atingiu -5,60 Mpa (M. ophthalmocentra) e as diferenças de Ψw entre as espécies foram mais frequentes, sobretudo nas horas de maior demanda hídrica. O comportamento Ψwd nas três espécies foi semelhante, iniciando o dia com os valores mais altos e diminuindo gradativamente até próximo do meio dia. O Ψw total das espécies estudadas demonstrou forte relação com o estádio fenológico, sobretudo a presença ou ausência de folhas.