Taxonomia e distribuição de holoturias (Echinodermata, Holothuroidea) do mar profundo brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: MOURA, Rafael Bendayan de
Orientador(a): ESTEVES, André Morgado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18349
Resumo: A classe Holothuroidea (Echinodermata) possui cerca de 1400 espécies válidas recentes, encontradas desde a zona costeira rasa até as fossas hadais. O conhecimento acerca desses organismos no Atlântico Sudoeste é considerado bastante limitado. Este trabalho tem como objetivo principal ampliar o conhecimento sobre a riqueza dos holoturoides de oceano profundo no Brasil por meio de um estudo taxonômico e da distribuição das espécies encontradas no contexto da expedição MD55/Brasil, realizada em parceria entre a Universidade Santa Úrsula e o Muséum National d’Histoire Naturelle – Paris, e nos projetos “Heterogeneidade Ambiental da Bacia de Campos” (HABITATS) e “Avaliação das comunidades bentônicas nas Bacias Potiguar e do Ceará” (BPOT), coordenados pelo CENPES/PETROBRAS. O material estudado provém de três áreas principais: a Cadeia Vitória-Trindade e as Bacias de Campos e Potiguar. Foram examinados 430 exemplares da macro e megafauna com ocorrência entre 150 e 5092 m de profundidade e, destes, foram identificadas 24 espécies e 1 subespécie, pertencentes a 10 famílias. Foram reconhecidas quatro novas espécies da ordem Apodida pertencentes aos gêneros Labidoplax e Protankyra, além de Taeniogyrus yvonnae Moura, Campos & Esteves, 2015. Dez espécies constituem primeiros registros para águas brasileiras: Peniagone cf. islandica Deichmann, 1930; Psychroplanes obsoleta (Hérouard, 1889); Benthodytes typica Théel, 1882; Psychropotes semperiana Théel, 1882; Amphigymnas bahamensis Deichmann; 1930; Mesothuria gargantua Deichmann, 1930; Mesothuria maroccana Perrier, 1898; Zygothuria lactea (Théel, 1886); Euapta lappa (Müller, 1850) e Prototrochus aff. taniae O´Loughlin & VandenSpiegel, 2007. Molpadia musculus (Risso, 1826) e Molpadia parva (Clark, 1908), antes registradas apenas em listas taxonômicas, foram descritas e ilustradas aqui pela primeira vez. A biologia e ecologia das espécies foram abordadas, sempre que possível, incluindo observações de aspectos reprodutivos e comportamentais, também com base em observações de ROV. A riqueza variou de 8 a 15 espécies nas áreas de estudo, sendo mais alta na Bacia de Campos provavelmente devido à variedade de equipamentos utilizados na amostragem. Considerando-se apenas os holoturoides da megafauna, a riqueza nas áreas da Bacia de Campos e Potiguar foi similar (12 e 11 spp., respectivamente). Houve um aumento da riqueza com o aumento da profundidade na zona batial. Os táxons com distribuição mais ampla no Oceano Atlântico foram Deima validum validum Théel, 1879, Mesothuria verrilli (Théel, 1886) e Molpadia blakei (Théel, 1886). A fauna de holoturoides aqui avaliada possui afinidade com aquela de áreas bem conhecidas do Caribe. Os resultados obtidos refletem um acréscimo de 28% no total de espécies de holoturoides registrados no país (64), em relação ao número anterior (54). Reconhecendo que cerca de 70% da zona econômica exclusiva brasileira corresponde a águas profundas inexploradas, existe a necessidade de maximizar o esforço amostral nas zonas batial e abissal para ampliar o conhecimento de sua fauna e os padrões de distribuição dessa fauna.