Quando a matéria tem gênero: sobre masculinidades e feminilidades na docência em física no Agreste de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SILVA, Ribbyson José de Farias
Orientador(a): OLIVEIRA, Anna Luiza Araújo Ramos Martins de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29616
Resumo: Os estudos que relacionam gênero e educação vêm ganhando cada vez mais espaço no contexto acadêmico, ressaltando a importância de se pesquisar sobre a temática e denunciando práticas formativas imbuídas de valores, concepções e crenças, no que se refere a ser menino e menina, homem ou mulher, inclusive a determinação de papéis sociais e carreiras profissionais por gênero. Esta pesquisa discute os discursos sobre gênero em circulação na docência em física no Agreste de Pernambuco. Partimos do pressuposto que os regimes de verdade sobre gênero pautados na lógica binária, patriarcal e heteronormativa geram hierarquias e exclusão social e que a escola e a universidade, como instituições formadoras, são campos historicamente comprometidos com estes regimes. Construímos um corpus formado por entrevistas em profundidade com seis docentes de física da rede pública de ensino do Agreste de Pernambuco. Observamos que a docência em física ainda é hegemonicamente vista como um campo de atuação masculina, onde persiste o mito de que homens são melhores em física por “naturalmente” serem dotados de habilidades e características exigidas para atuarem nas ciências “hard”: dureza, firmeza, imparcialidade, pensamento abstrato e resistência a longas jornadas de trabalho árduo. Tal mito, entretanto, tem sido desafiado no cotidiano de escolas e universidades por performances de gênero deslocadas e por políticas educacionais de equidade de gênero e direitos LGBT revelando, assim, o caráter provisório dos regimes de gênero e caracterizando o campo da docência em física como uma arena de disputa e negociação de significados.