Depressão e fatores associados em homens idosos assistidos na Atenção Básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: LEÃO, Rita de Cássia Hoffmann
Orientador(a): MOREIRA, Rafael da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Gerontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18863
Resumo: INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é um fenômeno global e traz consigo novos desafios aos Serviços de Saúde e a sociedade. A depressão é uma das doenças que mais acomete a população idosa, podendo ocasionar alterações em sua funcionalidade e comprometer a sua qualidade de vida, e por isso, precisa ser bem investigada, começando pela Atenção Básica e com um olhar diferenciado para o homem idoso, por se tratar de um público com suas particularidades. OBJETIVO: Identificar a prevalência da depressão em idosos do sexo masculino e os fatores associados. MÉTODO: Foi realizado um estudo epidemiológico, de corte transversal, com avaliação de 162 homens idosos, sem déficit cognitivo e sem comprometimento de comunicação, atendidos na Atenção Básica em comunidade do Recife. A análise descritiva foi feita por meio de tabela de frequência e de medida de tendência central conforme a natureza das variáveis analisadas. Através da Análise de Classes Latentes foi criada a variável dependente da depressão com 4 categorias em uma escala ordinal a partir de 15 variáveis indicadoras. Testes de QuiQuadrado ou Exato de Fisher e Análise de Resíduos Padronizados testaram a associação e modelos de regressão logística ordinal simples e múltipla testaram o efeito das variáveis independentes sobre a variável dependente. O nível de significância foi de 5%. RESULTADOS: Dos 162 idosos investigados, observou-se que tanto os dados clínicos quanto a escolaridade apresentaram efeitos significantes e independentes das demais variáveis sobre a depressão. Os idosos sem grau de escolaridade apresentaram 90% de probabilidade de se tornarem deprimidos, enquanto que naqueles com até 4 anos de estudo, a chance é de 2,43 vezes maior, em relação aos que tem 5 anos ou mais de estudo. No que se refere aos dados clínico-laboratoriais, observou-se que os idosos que apresentaram níveis normais de cortisol tinham 66% menos chances de se tornarem deprimidos, e uma chance maior para aqueles com baixos níveis de Vitamina D (10 vezes mais) e de Testosterona (2,24 vezes mais), e altos níveis de TSH (15 vezes mais). O instrumento de rastreamento utilizado neste estudo foi a Escala de Depressão Geriátrica com versão reduzida - GDS 15. Foi observado que três perguntas (Diminuiu a maior parte de suas atividades e interesses? Prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? e Acha que tem muita gente em situação melhor?) podem ser parte da realidade de muitos idosos, sem que necessariamente isto signifique sintomatologia depressiva. Estas perguntas possuem o mesmo peso que outras perguntas mais direcionadas ao diagnóstico de depressão, o que torna mais frágil uma análise principalmente nos pontos de corte. CONCLUSÃO: A prevalência da depressão na população estudada foi de 29% estando associada ao baixo grau de escolaridade e às alterações dos dados clínicos investigados. Cabem neste contexto, ações para a melhoria dos serviços de saúde e ações educativas, bem como a capacitação na área Gerontológica para as equipes multi e interdisciplinares, contribuindo para um diagnóstico precoce e condução adequada do tratamento.