Desenvolvimento de géis metal-orgânico (MOGS) para o tratamento de cicatrizes queloidianas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SANTOS, Edielen França dos
Orientador(a): ALVES JÚNIOR, Severino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencia de Materiais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37627
Resumo: O queloide é uma doença cicatricial fibroproliferativa que vem aumentando ao longo dos anos de forma significativa, ocupando a 23ª posição no ranking das doenças dermatológicas mais comuns. A busca por nova estratégia para o tratamento dessa afecção cicatricial é almejada. O uso de metais da primeira série de transição em sistemas farmacológicos permite um aumento da biodisponibilidade sendo mais sensível e com redução dos efeitos colaterais. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de metalogéis sintetizados a partir do ácido iminodiacético (ligante), do óxido de gadolínio (Gd₂O₃) e nitratos dos metais de transição (Cu, Fe, Zn) por irradiação micro-ondas. Foram investigados os efeitos das diferentes concentrações (10%, 15% e 20%) dos metais nas propriedades reológicas e físico-químicas como potencial aplicação dos metalogéis através de diversas técnicas de caracterizações como: espectroscopia de infravermelho, espectroscopia eletrônica na região do ultravioleta (UV-Vis), termogravimetria, difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura, reometria, viabilidade e migração celular. Por meio dessas análises, pôde-se concluir que os metalogéis em todas as concentrações apresentam certa similaridade em relação ao gel puro, porém diferenças significativas foram observadas. Através das análises termogravimétricas foi impossível verificar que os metalogéis produzidos apresentaram maior estabilidade térmica pela coordenação com os metais de transição. A espectroscopia de infravermelho permitiu observar a coordenação dos ligantes aos íons metálicos através da ausência da banda vibracional de estiramento ʋ₍C₌₀₎ característico do ligante livre. A espectroscopia de absorção no ultravioleta também confirmou que houve a complexação do ligante com os íons metálicos através das bandas de absorção centradas em 285 nm, 265 nm atribuídas a uma transição de transferência de carga ligante-metal. Mediante os testes de escoamento, o comportamento encontrado para os metalogéis foi um fluido não newtoniano, apresentando características de um material pseudoplástico em todas as concentrações dos íons metálicos estudadas, sendo observada maior taxa de deformação com o aumento da concentração. No teste oscilatório as amostras exibiram propriedades mecânicas de sólido viscoelástico, onde os valores de G’ foram maiores que G’’. A viabilidade celular mostrou que nenhumas das amostras apresentaram citotoxicidade nas concentrações testadas (10% e 20% de Fe). O resultado do teste de migração celular apresentou dados interessantes, mostrando efeitos antagônicos dependentes da concentração de ambas as amostras, onde em 10 ug/mL aumentaram a migração celular e 100 ug/mL impediram completamente qualquer migração. Tendo em vista, a versatilidade de funcionalização e síntese simples configurado pelo caráter original e inovador dos metalogéis obtidos, esses apresentam elevado potencial para uso como sistemas carreadores de fármacos no tratamento do queloide além da exploração de suas propriedades na geração de bioimagem.