O “aluno de escola pública de ensino médio” nas representações sociais de seus professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: EVANGELISTA, Lucivania Barbosa
Orientador(a): MACHADO, Laêda Bezerra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41239
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo identificar as representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio,” elaboradas por seus professores indicando possíveis relações dessas representações com as práticas desses profissionais. Adotamos a Teoria das Representações Sociais desenvolvida por Serge Moscovici, particularmente a Teoria do Núcleo Central, proposta por J.C. Abric, abordagem complementar à grande teoria. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa (realizado de modo online), devido ao contexto de pandemia do coronavírus, desenvolvido em três etapas. Na primeira, para identificar a estrutura das representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio,” 71 professores da Rede Estadual de Pernambuco responderam a um questionário do tipo Google Doc e um Teste de Associação Livre de Palavras. Com o questionário, traçamos o perfil dos participantes. As evocações, analisadas com auxílio do software Iramuteq, revelaram representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio” pautadas em dificuldades, decorrentes da situação de desigualdade social desses estudantes. Apesar disso, nas evocações e justificativas dos professores, ganha relevância a capacidade de superação e a determinação de seus alunos para enfrentarem os obstáculos que lhes são impostos. Com base nos resultados da etapa inicial e a fim de testar a centralidade das representações do objeto investigado, desenvolvemos, na segunda etapa, um teste de centralidade. Para isso aplicamos a técnica de triagens hierárquicas sucessivas a um subgrupo de 26 participantes da etapa anterior. O material recolhido naquela etapa, estudado a partir da técnica de análise de conteúdo, confirmou que o núcleo central das representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio” está estruturado em dois elementos: superação e desigualdade. Os resultados confirmam que, nas representações dos professores, seus alunos enfrentam desafios os mais variados, mas com determinação superam esses obstáculos. A terceira etapa procurou, por meio de narrativas escritas por 11 sujeitos (participantes das etapas anteriores), indicar possíveis relações entre as representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio” identificadas e as práticas desses profissionais. Os resultados ratificam as representações sociais desse aluno como carente, disperso, desinteressado, desmotivado e com déficit de aprendizagem, fruto da situação de desigualdade social a que está submetido. No entanto, os professores reconhecem o potencial e a possibilidade de superação desses estudantes. Identificamos, portanto, representações sociais ambivalentes de “aluno de escola pública de ensino médio” no grupo investigado. Tal ambivalência perpassa as três etapas da pesquisa e indica que, a despeito das desigualdades sociais que enfrenta, o “aluno de escola pública de ensino médio” supera os desafios. A pesquisa revela que mesmo com alguns avanços de políticas públicas de expansão da oferta de ensino médio no país, ainda, são os muitos problemas que afetam essa etapa da escolarização. A despeito de representações sociais de docentes centralizadas na capacidade de superação dos alunos, a desigualdade social que lhes afeta dificulta o trabalho escolar. Reiteramos a necessidade de medidas capazes de equalizar as oportunidades educacionais para as juventudes que ingressam na escola de ensino médio.