Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
MASCENA, Suelany Christtinny Ribeiro |
Orientador(a): |
WALTER, Roland Gerhard Mike |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29811
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Resumo: |
Mia Couto é um dos escritores africanos de língua portuguesa que possui uma vasta fortuna crítica, sobretudo nas produções romanescas. No entanto, faz-se necessário um estudo mais ampliado do conjunto de suas narrativas, pois, até o presente momento, elas foram analisadas individualmente ou por separações temáticas que englobam as identidades, a guerra, a tradição, as oralidades e a memória. Tais pontos ratificam a inserção do ficcionista moçambicano na estética dos romances e contos africanos em língua portuguesa. Desse modo, esta tese tem o intuito de pensar como se dão as manifestações da memória na composição do gênero e na tessitura narrativa, partindo de Terra Sonâmbula (1992) até Antes de Nascer o Mundo (2009) ou Jesusalém, nome dado à publicação portuguesa. Utilizamos o recorte das guerras (de libertação e civil), para relacionar a memória com a história, as oralidades (a palavra) e o esquecimento. Para isso, recorremos à figura do narrador-griot, termo utilizado para caracterizar o contador de estórias dentro do espaço narrativo e aproximar o leitor das tradições orais, da memória e da ancestralidade. Pensando sobre o eixo principal deste trabalho – a memória –, optamos pelas reflexões de Walter Benjamin (1994), Henri Bergson (2006), Maurice Halbwachs (2006), Zilá Bernd (2013), Paul Ricoeur (2007), Beatriz Sarlo (2007) e Aleida Assmann (2011). Para tanto, adentramos no universo dos estudos pós-coloniais, problematizando a utilização do termo, bem como realizamos um panorama dos principais estudiosos da área como, por exemplo, Gayatri Spivak (2010), Homi Bhabha (2007), Edward Said (2011), Stuart Hall (2009) e Édouard Glissant (2005). A fim de inserir o autor em seu contexto de produção, utilizamos as análises críticas de Ana Mafalda Leite (1998), de Manuel Ferreira (1985-1989) e de Lourenço do Rosário (1989). Portanto, defendemos que as produções romanescas do autor são perpassadas por memórias, contadas sob a ótica do narrador-griot, com o intuito de ressignificar as guerras, a história e os bens culturais de Moçambique. Desse modo, percebemos que o conjunto da obra do autor expõe, no espaço ficcional, as consequências das guerras e a importância da memória para a preservação das identidades e da ancestralidade. |