Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Tatiane Helena Lins dos |
Orientador(a): |
MOTA, Ana Elizabete Fiuza Simões da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Servico Social
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29497
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Resumo: |
As transformações no processo produtivo, na acumulação capitalista e na intervenção estatal, impulsionadas a partir da crise capitalista durante os anos 1970, provocaram a ampliação do trabalho em domicílio, do trabalho autônomo, sem vínculo empregatício, subcontratado, e também o crescimento de micro e pequenos empreendimentos. Esse cenário acentuou as relações de trabalho precário, flexível e desprotegido, com fortes impactos para a classe trabalhadora, para suas condições de vida e para sua identidade política e o seu potencial organizativo e reivindicatório, como ocorre no Arranjo Produtivo Local (APL) de confecções do agreste de Pernambuco. No entanto, percebe-se que essa é mais uma maneira de ocultar as reais condições de trabalho precário e desprotegido nos quais os trabalhadores estão constantemente inseridos. Neste estudo, destaca-se o APL de confecções de Pernambuco, localizado na região Agreste do Estado sendo referenciado, sobretudo, por dois municípios: Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, que possuem uma intensiva produção e comercialização de peças de vestuário. Na realidade do APL de confecções, encontramos as micro e pequenas fábricas de confecções, facções, fabricos ou fabriquetas e as lavanderias que amaciam e tingem os tecidos. As relações sociais de produção nos municípios são marcadas pela precarização e superexploração da força de trabalho, condicionantes que dificultam a organização dos trabalhadores enquanto classe para que possam lutar pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho, fazendo com que o trabalhador procure soluções individuais para superar as consequências da desproteção ao trabalho e as dificuldades de renda, de que são evidências as reclamações na Justiça do Trabalho, conformando o processo de judicialização. Esta dissertação propôs-se a analisar o processo de judicialização das condições e relações de trabalho dos trabalhadores do APL de confecções do agreste de Pernambuco, especificamente nos municípios de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama. Para isso, identificamos os principais motivos das reclamações trabalhistas dos trabalhadores de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe na Justiça do Trabalho de Caruaru-PE; mapeamos os acordos e as sentenças relativas aos processos das reclamações trabalhistas; e analisamos os desdobramentos dessa prática na melhoria das condições e relações de trabalho dos trabalhadores reclamantes na cadeia produtiva de confecção, utilizando como campo de análise empírica a 1ª e 2ª Varas do Trabalho de Caruaru que tem jurisdição sobre os processos trabalhistas dos municípios supracitados. A fundamentação para apreender nosso objeto foi baseada no aporte teórico-metodológico crítico, cujo percurso para alcançar esse propósito compreendeu a necessidade de empreender uma revisão da literatura, com autores que tratam do universo temático. Os resultados da pesquisa apontaram algumas tendências que recaem sobre a fragilização do poder de organização coletiva dos trabalhadores e a busca por saídas individuais para as questões de trabalho e renda, considerando o cenário de precarização do trabalho. Esses rebatimentos são resultado das transformações e exigências postas à classe trabalhadora que tem gerado profundas consequências para os direitos e garantias trabalhistas. |