Condições ambientais do estuário do rio Merepe (Pernambuco/BR): biomassa fitoplânctonica e parâmetros hidrológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MIRANDA, Andressa Mourão
Orientador(a): FEITOSA, Fernando Antônio do Nascimento
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34037
Resumo: Enquadrados no cenário de intenso crescimento econômico e demográfico das zonas costeiras, os estuários frequentemente são submetidos à graves impactos ambientais. O estuário do rio Merepe, localizado no nordeste brasileiro, é um bom exemplo deste processo. Sua hidrogeomorfologia sofreu alteração desde a construção do Porto de Suape (1980) e atualmente corresponde ao destino final de efluentes domésticos e industriais não tratados da zona urbanizada próxima. No presente trabalho, além dos parâmetros hidrológicos, a biomassa fitoplanctônica foi utilizada como peça chave para avaliar estado de qualidade ambiental do rio Merepe. As amostras foram coletadas em 2017 e caracterizadas sazonalmente, entre a estação chuvosa (junho, julho e agosto) e estiagem (outubro, novembro e dezembro); espacialmente, através de três estações de amostragem (foz, estuário-médio e interno) e, em função do regime de maré, durante o período de enchente e vazante. A sazonalidade foi fator predominante para a variação da biomassa algal do estuário, que é considerado raso (0–3.3 m) e baixa transparência (0.2–1.1 m). O estuário é predominante limnético, mas é possível detectar a variação da intrusão marinha, com salinidade entre concentrações não detectáveis 0.45 e 30.5 psu. A temperatura, típica de ambientes tropicais, exibiu mínimo e máximo de 24 e 31ºC. O material particulado em suspensão apresentou baixos valores durante todo o período amostrado, com gradiente de variação entre 0.2 e 10.8 mg.L⁻¹. Os níveis de oxigênio dissolvido estiveram entre 0.76 e 9.19 mL.L⁻¹. Os nutrientes inorgânicos, com valores acima do esperado para o pequeno porte do estuário, oscilaram entre mínimos e máximos de 0.01 e 2,03 μM.L⁻¹ para a amônia, 0.01 e 8.15 μM.L⁻¹ para o nitrito, 0.01 e 43.3 μM.L⁻¹ para o nitrato, 0.45 e 5.9 μM.L⁻¹ para o fosfato e entre 27.4 e 196.4 μM.L⁻¹ para o silicato. Por fim, as concentrações de clorofila a total estiveram entre 0.185 μg.L⁻¹ e 29.9 μg.L⁻¹, para a clorofila a fracionada os valores estiveram entre 0.01 e 16.5 μg.L⁻¹, maiores concentrações ocorreram durante o período seco. A temperatura teve grande importância para a variação da biomassa no presente estudo, aspecto que o distingue da maioria de outros estuários localizados na mesma região, com efeito preponderante para a clorofila a fracionada (63). Baixos valores anuais constantes de oxigênio dissolvido e material particulado em suspensão sugerem a baixa qualidade de renovação das águas do estuário. O estuário do rio Merepe é raso, predominantemente limnético, possui baixa capacidade de transporte, elevadas concentrações de nutrientes inorgânicos, bruscas variações de oxigênio dissolvido e clorofila, indicando processo de eutrofização.