Avaliação farmacológica de novas hidrazonas, candidatas a fármacos leishmanicida e tripanocida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: COSTA, Lívia Bandeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25036
Resumo: As diversas formas de Leishmanioses e a doença de Chagas apresentam grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Não existem vacinas para humanos disponíveis para essas enfermidades e as drogas utilizadas no tratamento apresentam efeitos adversos e eficácia limitada. Neste contexto, compostos orgânicos vêm sendo testados como alternativa terapêutica. Dentre esses, destacam-se as hidrazonas, moléculas que possuem ação antiparasitária entre outras atividades farmacológicas. A triagem de compostos, utilizando a metodologia atual de ensaios de alto rendimento (High-throughput screening-HTS), possibilita avaliar uma grande quantidade de moléculas candidatas com eficiência, baixo custo e confiabilidade. No presente trabalho, foram avaliadas as atividades leishmanicida, tripanocida e citotóxica de 50 hidrazonas (tiossemicarbazonas, tiazolinonas e tiazóis), através do método HTS. Os resultados demonstraram que 43 compostos não apresentaram citotoxicidade frente às células HepG2 (células de hepatoma humano). Entre esses, sete compostos apresentaram atividade leishmanicida no ensaio de infecção, além de serem inativos no teste de citotoxicidade em células THP-1 (linhagem celular da leucemia humana aguda monocítica). De acordo com os critérios de seletividade, o composto LpQM-15 foi o mais ativo contra Leishmania sp. sendo, por essa razão utilizado para estudos posteriores sobre os seus possíveis mecanismos de ação no parasito. A análise ultraestrutural da atividade desse composto em promastigotas de Leishmania chagasi foi realizada por microscopia eletrônica de transmissão. Com objetivo de analisar alterações morfofisiológicas causadas pelo LpQM-15, parasitos tratados e controles foram submetidos a marcação com Anexina V, Iodeto de Propídio e Rodamina 123, e analisados por microscopia confocal e citometria de fluxo. A análise ultraestrutural relevou aumento do volume da mitocôndria, perfis de membrana mitocondrial concêntricos, inchaço das cisternas do complexo de Golgi e do retículo endoplasmático, ruptura da membrana celular, desorganização das organelas e a forte presença de inclusões lipídicas. O LpQM-15 foi capaz de induzir alterações no potencial de membrana mitocondrial. Além disso, os dados mostraram que este composto, nas concentrações testadas, induziu um mecanismo de morte celular sugestivo de apoptose nos parasitos. Das 43 moléculas não tóxicas frente às linhagens HepG2 e NIH-3T3 (fibroblastos), 12 apresentaram atividade tripanocida. Entretanto, três moléculas exibiram melhores resultados (LpQM-19, LpQM-28 e LpQM-31), corroborados através do modelo de relação quantitativa entre estrutura e atividade (QSAR). Adicionalmente, os compostos selecionados com atividade tripanocida não afetaram a viabilidade de células THP-1. Esses resultados sugerem que as moléculas bioativas frente à Leishmania sp. (LpQM-15) e ao T. cruzi (LpQM-19) são promissoras, apontando-as como candidatas a fármacos contra leishmaniose e doença de Chagas.