Biodiversidade dos hidroides bentônicos (Cnidaria, Hydrozoa) das regiões Norte e Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MOURA, Andreza Campos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38053
Resumo: Hidroide é um termo utilizado para designar cnidários das superordens “Anthoathecata” e Leptothecata, cujo estágio de vida séssil, colonial e polipoide é dominante. São animais ecologicamente diversos com grande plasticidade fenotípica que vivem desde o entremarés até profundidades abissais, colonizando diversos tipos de substrato. No Brasil, as regiões Sudeste e Sul são as melhores estudadas do ponto de vista da diversidade de hidroides, devido ao maior número de levantamentos faunísticos e por concentrar a maioria dos especialistas no grupo. Por esses motivos, o número de espécies conhecidas no litoral do Nordeste ainda é pequeno quando comparado ao do Sudeste, enquanto que na costa da região Norte, ainda não há registros de hidroides não calcários. Diante desse cenário, o objetivo deste estudo foi levantar a diversidade de hidroides do Norte e Nordeste do Brasil, discutir o status taxonômico das espécies encontradas e, particularmente, entender a distribuição dessa fauna sobre o sistema recifal amazônico, área com condições marinhas atípicas por causa da influência da pluma formada pela foz do Rio Amazonas. O material de estudo foi proveniente de coletas realizadas por vários projetos de caracterização da megafauna nas últimas décadas, desde a zona de entremarés até 3888 m de profundidade, entre os estados do Amapá e Sergipe. Foram triados cerca de 1200 lotes e identificadas 60 espécies de hidroides, dentre elas uma espécie nova coletada nos recifes amazônicos nas costas do Pará e do Maranhão. As famílias Sertulariidae e Aglaopheniidae foram as de maior riqueza, corroborando com levantamentos de hidroides em outras áreas. Foram registradas ainda três novas ocorrências para o oceano Atlântico e 15 para o Brasil. Das 60 espécies encontradas, 37 foram registradas sobre a plataforma amazônica, revelando uma presença marcante de hidroides no sistema recifal recém descrito e demonstrando que a forte sedimentação e variação na salinidade impostas pela foz do Amazonas, não impede o habitat de hidroides nesses ecossistemas. O presente estudo aumenta consideravelmente o conhecimento sobre os hidroides do Atlântico Sul. Acreditamos que à medida que se intensifique mais os esforços de coleta e o incentivo à formação de especialistas, seja conhecida a real diversidade e riqueza de espécies que ocorrem ao longo de todo o litoral brasileiro.